Exportação de carne garante lucro superior a R$ 114 milhões à Minerva, BEEF3. O frigorífico Minerva Foods, maior exportador de carne bovina da América do Sul, registrou lucro líquido de R$ 114,1 milhões no quarto trimestre.
No entanto, o resultado significa queda de 53,2% no comparativo anual. No acumulado de 2020, ainda, a empresa registrou R$ 697,1 milhões em lucro, uma disparada ante os R$ 16,2 milhões registrados no ano anterior. O resultado permitiu propor a distribuição de dividendos adicionais em patamar recorde, comunicou a empresa.
Contudo, a receita líquida da companhia cresceu 17,4% nos três últimos meses de 2020, para R$ 5,7 bilhões. Embora o abate de bovinos tenha recuado 4,8% no período, para 857,9 mil cabeças. No total do ano, a receita líquida do Minerva avançou 13,3%, para R$ 19,4 bilhões.
Distribuição de proventos
A Minerva propôs à Assembleia Geral Ordinária de acionistas o pagamento complementar de dividendos no valor de R$ 384,3 milhões. O que equivale a R$ 0,73 por ação, além de excluir as 23,1 milhões de ações em tesouraria, totalizando assim o montante de R$ 542 milhões ou R$ 1,03 por ação.
Entretanto, segundo o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Edison Ticle, os proventos serão distribuídos na forma de dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP) referentes ao exercício fiscal de 2020. “O montante consolidado a ser distribuído representa cerca de 78% do lucro líquido da companhia no período. O que perfaz um dividend yield de 10,5%, um dos mais elevados ‘dividend yields’ do mercado acionário brasileiro, referentes ao ano de 2020. Certamente ficaremos entre os principais do país”, disse o executivo.
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Entretanto, o alto patamar de preços de gado, chegou a bater recordes acima de R$ 300 por arroba. E ainda, representa uma volatilidade absolutamente natural para o mercado. Por esta razão, a empresa aposta na estratégia de diversificação geográfica na América do Sul, informou O CEO do Minerva, Fernando Galletti de Queiroz.
A exportação para a China
No entanto, ele ainda disse que a empresa tem conseguido driblar a falta de contêineres que afeta a logística de alguns players no mercado por meio da estratégia de envio por portos alternativos. “Não estamos tendo restrição nenhuma (por falta de contêineres). Trabalhamos em portos diferentes em toda a América do Sul, o que permite que tenhamos fluxo constante”.
Portanto, a expectativa é que a China continue sendo um importante mercado comprador da carne bovina sul-american. Isto devido aos focos de peste suína africana que continuam a aparecer nas fazendas de criação de porcos do país asiático. “Se somar a questão da peste suína, com a redução de competitividade na Austrália e em outras origens, isso coloca a América do Sul como um grande fornecedor de carne”, ponderou.