Falas de Lula pesam no Tesouro Direto e risco fiscal. Já na segunda semana pós eleição cheia de muitas controvérsias e incertezas, aquilo que era esperado começa a acontecer. Sem plano de governo e com muitas promessas de campanha e de aliados para cumprir as falas de Lula estão derrubando a economia.
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Os temores com despesas além do teto de gastos para bancar promessas da campanha feitas pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, pesaram sobre a curva de juros e fizeram as taxas no mercado futuro subir para além dos 80 pontos-base (0,80 ponto percentual), no início da tarde desta quinta-feira (10).
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E ainda, o movimento também reverberou nos títulos públicos negociados no Tesouro Direto. A remuneração oferecida pelos papéis abriu o dia com alta expressiva de até 81 pontos-base (0,81 ponto percentual). Diante da forte volatilidade, as negociações chegaram a ser suspensas perto de meio-dia. Ao retornar, por volta das 13h, o movimento havia amainado levemente – mas os juros ainda subiam até 72 pontos-base (0,72 ponto percentual) em relação aos praticados nesta quarta-feira, 9.
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Desta forma, na parte fiscal, o profissional da XP destaca que o mercado está preocupado com a ideia de tirar do teto de gastos os recursos necessários para bancar o Bolsa Família de R$ 600 por mês a partir de janeiro de 2023. “O problema é que quando tira uma coisa do teto, você torna o gasto permanente. Nos cálculos que fizemos, isso aumentaria os gastos para algo até R$ 800 bilhões em quatro anos. É como se a gente tivesse ‘desfeito’ [o que ganhamos com] a reforma da Previdência”, observa. Ou seja, perde-se tudo o que ganhamos com a reforma feita no governo Bolsonaro.
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Entretanto, o governo Lula parece que antes mesmo de começar já está criando problemas para os próximos governos dos mandatos que virão. Isto porque, a XP calcula que, se o valor acima do teto ficar em R$ 175 bilhões, como tem sido divulgado, junto com uma correção do salário-mínimo de 2% acima da inflação, a relação dívida bruta sobre o Produto Interno Bruto (PIB) poderia chegar a um patamar próximo de 100% em 2030.
O cenário já não parecia dos melhores e sofreu uma piora com após a entrevista de Lula a jornalistas na manhã de hoje. Lula defendeu uma discussão econômica mais ampla, que não leve apenas a questão fiscal em consideração.
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