Fundos da Vanquish antigo da Infinity com inadimplência gera incerteza. Em carta enviada aos cotistas na noite de quarta-feira (14), a Vanquish Asset Management informou que a contraparte ICP Ventures mais uma vez não honrou com o pagamento de opções adquiridas pela gestora anterior – Infinity Asset Management – e com vencimento marcado para a última terça-feira (13).
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No comunicado, a gestora disse que tais operações tiveram a Indigo DTVM como corretora lançadora. A Vanquish também alertou que há novos vencimentos residuais em 18 de julho e em 14 de setembro. Hoje, não é possível saber se tais valores serão pagos pela contraparte, já que ela não honrou com pagamentos anteriores.
No documento, a gestora informou ainda que “segue em negociação com a contraparte das operações inadimplentes” para tentar reaver os valores devidos.
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Conforme informações da administradora dos fundos (a RJI Corretora) e pela própria Vanquish anteriormente, a ICP Ventures teria atuado como estruturadora, intermediária e contraparte do fundo no papel. Porém, na prática, a própria companhia alega que estaria apenas representando um grupo empresarial atuante no setor de agronegócio, crédito de carbono e energia.
A ICP Ventures é uma empresa de estruturação e consultoria do grupo Infinity. Chama atenção também que o documento que identifica a ICP Ventures como contraparte é assinado por David Jesus Gil Fernandez, CEO e fundador da Infinity.
Ao assumir a gestão dos fundos da Infinity, a Vanquish também incorporou antigos executivos da gestora que trabalharam com David.
Apesar disso, em assembleia realizada nesta semana, Felipe Wada de Souza, um dos executivos da Vanquish e que é egresso da Infinity, defendeu que ele e seus sócios não foram responsáveis por iniciar a montagem de uma posição com opções flexíveis que causou prejuízo de mais de 80% às carteiras.
“Quem apertou o botão não fomos nós. Mas não estamos nos isentando da responsabilidade”, destacou Wada. O executivo é hoje diretor de gestão da Vanquish.
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Além dele, migraram para a nova gestora André de Godoy Perez Ximenez e Fernando Paulo Pinheiro de Souza, todos ex-Infinity. De acordo com documento divulgado pela Vanquish Asset em abril, Wada possuia participação de 5% no capital social da Vanquish, enquanto Ximenez detinha 93% e Souza, 2%.
Como ocorreu a inadimplência
Tudo o imbróglio dos pagamentos começou no mês passado, quando a Vanquish informou à administradora do fundo, RJI Corretora, que a antiga gestora havia montado uma operação de compra e venda de opções IDIs flexíveis que só poderia ser exercida na data de vencimento: 17 de maio deste ano.
Opções IDIs são um instrumento utilizado pelo mercado institucional em que o principal objetivo é tentar “acertar” o ritmo de altas ou quedas de juros que será adotado nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) até a data de vencimento do ativo.
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No mercado, há opções IDIs padrão e IDIs flexíveis – sendo que as primeiras são as mais comuns e as mais líquidas. Já as últimas se diferenciam por não ter características pré-definidas pela B3. Na prática, os detalhes são acertados entre as partes (comprador e vendedor) e podem envolver o tamanho do contrato, o vencimento etc.
A Vanquish alega que tentou exercer as opções no dia 17 de maio, mas a contraparte não cumpriu com o pagamento, conforme consta em registro da Cetip.
Como a transação não possuía qualquer garantia, fiduciária ou real, a administradora RJI atribuiu valor zero para os ativos, após a falta de pagamento no vencimento. A partir daí, o fundo passou a ser credor da contraparte.
Diante do imbróglio, a Vanquish propôs que a contraparte liquidasse as opções IDIs flexíveis até o dia 12 de fevereiro de 2024 – ou seja, com nove meses de atraso em relação ao vencimento original. A garantia, nesse caso, seria feita por meio de uma Stand by Letter of Credit, ou SBLC, na sigla em inglês.
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Nova assembleia
Diante do todo o imbróglio, cotistas do fundo Vanquish Pipa, antigo Infinity Select, voltam a se reunir em assembleia na sexta-feira (16). O último encontro ocorreu na semana passada e foi suspenso pela administradora do fundo.
Entre os temas de discussão do novo encontro estão a substituição da administradora, da atual gestão ou de ambos, assim como a reabertura ou manutenção do fechamento para resgate, possibilidade de pagamento de resgate em ativos financeiros, além da cisão e liquidação do fundo.