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A Open Society Foundations, do bilionário George Soros, nunca aplicou tanto dinheiro em ONGs que atuam no Brasil quanto em 2023.

Os novos números, divulgados recentemente pela organização e compilados pela Gazeta do Povo, mostram que a Open Society enviou pelo menos US$ 31,3 milhões (R$ 155,5 milhões no câmbio médio do período) para projetos no Brasil no ano passado.

O valor total pode ser ainda maior porque alguns projetos marcados como “globais” não especificam o destino dos recursos.

A Open Society tem predileção pelas causas progressistas, como a legalização das drogas, a descriminalização do aborto e o esvaziamento das prisões. O volume de recursos movimentado pela fundação é grande o suficiente para movimentar a opinião pública e a elaboração de políticas públicas.

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O valor gasto pela Open Society no Brasil aumentou significativamente em relação a 2022, quando a entidade de Soros enviou US$ 20,7 milhões (R$ 106,5 milhões) a ONGs que atuam no país. Em um ano, o aumento (em dólares) foi de mais de 50%.

Em 2023, 95 organizações receberam recursos da Open Society para projetos em território brasileiro (veja a lista completa mais adiante).

ONG obscura no primeiro lugar da lista
A ONG mais beneficiada por George Soros no Brasil em 2023 foi o Instituto Incube, que recebeu um total de US$ 3,1 milhões (R$ 15,5 milhões) distribuídos em quatro repasses.


A maior doação, de US$1,9 milhão (R$9,6 milhões), foi assinalada com uma justificativa sucinta na base de dados da Open Society: “Apoiar um fundo de resposta rápida, no Brasil, para promover os valores da sociedade aberta”. Uma segunda doação, de US$ 868 mil (R$ 4,34 milhões), foi marcada com a mesma motivação.

Outra, de US$ 195 mil (R$ 974 mil), ajudou a financiar a “Rede Sulamericana para as Migrações Ambientais”, um projeto que conecta organizações cujo foco são as migrações causadas por fatores climáticos.

O quarto repasse, de US$ 120 mil (R$599,4 mil), foi usado para produzir conteúdo sobre a Ucrânia em português, de forma a reforçar as relações entre Brasil e Ucrânia.

Apesar do grande volume de recursos movimentados pelo Incube, é quase impossível obter informações sobre a organização na internet. A ONG financiada por George Soros não tem um site e nem perfil visível nas redes sociais.

Segundo o Mapa das Organizações da Sociedade Civil, mantido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a ONG foi fundada em 2020 e tem sede em um imóvel comercial simples no bairro paulistano da Vila Romana.

Apesar da pouca transparência, o Incube também está na lista de beneficiados de outras fundações internacionais, como a Oak Foundation.

Em 2021 e 2022, o Instituto Incube já havia recebido um total de R$ 2,5 milhões da Open Society.

Segunda maior beneficiada por Soros é ONG ambientalista
A segunda organização mais beneficiada pela Open Society no Brasil em 2023 foi Instituto Clima e Sociedade (iCS). A entidade obteve US$ 1,7 milhão (R$ 8,5 milhões).

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Neste caso, a justificativa para o repasse é ainda mais curta: “Prover apoio geral”. No jargão das organizações sem fins lucrativos, “apoio geral” geralmente se destina a despesas com pessoal, material e imóveis, em vez de um projeto específico.

À organização afirmou que os recursos recebidos da Open Society “foram utilizados na missão do iCS de contribuir para o avanço de setores econômicos estruturantes, o aperfeiçoamento do arcabouço institucional na agenda climática e o fortalecimento das organizações da sociedade civil”.

O iCS também disse repassar recursos a “diversas instituições que atuam na produção e mobilização de conhecimento para impulsionar agendas que promovam o desenvolvimento econômico com inclusão social e a redução das emissões de gases de efeito estufa.”

O Instituto Clima e Sociedade afirmou que a transparência de recursos é um de seus princípios fundamentais, e que todos lista todos os seus doadores em seu relatório anual.

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Desde 2017, o iCS já recebeu aproximadamente R$ 23,8 milhões da fundação criada por George Soros.

Até agência da ONU foi financiada por Soros
A maior parte das doações feitas pela Open Society para projetos no Brasil beneficiou ONGs brasileiras.

Mas também há casos de entidades internacionais que receberam recursos para realizar projetos no Brasil. Em 2023, a principal delas foi a ONU Mulheres, que obteve US$ 1,2 milhão (R$ 6 milhões). A organização aparece em terceiro lugar na lista compilada pela Gazeta do Povo.

A justificativa foi “apoiar a nota estratégica do Escritório da ONU Mulheres no Brasil”.

Sleeping Giants na lista
O balanço de 2023 da Open Society voltou a incluir uma organização que tenta intimidar veículos de imprensa não alinhados com as pautas de esquerda: o Sleeping Giants Brasil.

O grupo está entre os dez primeiros da lista, e assegurou US$ 700 mil (cerca de R$3,5 milhões) no ano passado. O objetivo declarado foi o de “aumentar a responsabilização de plataformas digitais no Brasil”.

Em 2022, a Open Society havia destinado US$ 400 mil (cerca de R$ 2 milhões) ao Sleeping Giants Brasil, que não respondeu a reportagem da Gazeta do Povo.

A lista de organizações financiadas pela Open Society no Brasil em 2023 inclui ainda ONGs que promovem o aborto, a legalização das drogas e pautas raciais. Quatro universidades públicas também constam do balanço da fundação.

Veja a lista completa.

Organizações financiadas pela Open Society no Brasil em 2023

Desde 2016, mais de R$ 600 milhões enviados ao Brasil
Somados (e sem correção monetária), os valores enviados de 2016 a 2023 somam aproximadamente R$ 605 milhões.

O levantamento dos anos anteriores foi feito pelo Instituto Monte Castelo.

Neste período, o principal destino dos repasses foi a Associação Direitos Humanos em Rede (Conectas), que somou cerca de R$ 34 milhões em doações obtidas da Open Society.

Desde o ano passado, a fundação de George Soros é chefiada pelo filho dele, Alexander. Em 2022, a organização teve um orçamento de US$ 1,3 bilhão (cerca de R$ 6,7 bilhões).

A Open Society Foundations não quis responder às perguntas da

O peso da Open Society no debate público
Os recursos espalhados pela Open Society têm o poder de mover a opinião pública.

A segurança pública é um dos temas prioritários para a fundação de George Soros: as ONGs financiadas pela Open Society costumam promover o desarmamento e combatem o que chamam de “encarceramento em massa”.

Do outro lado do debate, as organizações com um perfil menos progressista se veem diante de uma rede de ONGs que influencia o debate público de forma artificial.

Presidente do NISP (Novas Ideias em Segurança Pública), Luciano Andreotti afirma que a desproporção de forças é evidente. “Essas organizações têm um viés bastante claro, com uma tendência mais à esquerda. Fica nítido que elas são financiadas para isso: para rezar por essa cartilha ideológica mais à esquerda”, diz ele.

O presidente diz que essas ONGs são citadas com frequência em projetos de lei e recebem convites frequentes para participar de audiências públicas e debates no Legislativo.”Eles têm um poder de lobby, uma estrutura para influenciar o Congresso Nacional”, explica Andreotti.

Apesar disso, Andreotti não defende que organizações como a Open Society sejam banidas do Brasil. Para ele, cabe ao outro lado se organizar melhor para reequilibrar o debate na esfera pública.

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