Governistas levam Hacker da ‘Vaza Jato’ que declarou voto em Lula, para acusar Zambelli e Bolsonaro na CPMI. Parlamentares governistas passaram a manhã desta quinta-feira,17, para usar o depoimento do hacker Walter Delgatti, para buscar alguma possibilidade de crime para a deputada federal (PL-SP), Carla Zambelli e do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos do 8 de janeiro, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve “naturalmente” ser um dos alvos de pedido de indiciamento no relatório final que será produzido por ela ao final do colegiado. A declaração foi feita em uma entrevista concedida ao jornal O Estado de São Paulo.
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Ao ser questionada se Bolsonaro teria um papel na coordenação dos atos de 8 de janeiro, Eliziane disse que, até agora, não é possível indicar que o ex-presidente tenha uma “responsabilidade individual”, mas disse que o ex-chefe do Executivo “tinha uma força política muito grande”.
A relatora durante toda o dia afirmou por diversas vezes na CPMI que quer a quebra total de sigilo de contas e telefone de Bolsonaro e seus próximos. Em nenhum momento ela pediu a quebra de sigilo do hacker para verificar a veracidade de suas afirmações.
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O hacker Walter Delgatti, conhecido por ter acessado diálogos de membros da Operação Lava Jato e ser reconhecidamente apoiador de Lula, teve momentos de embate com o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) nesta quinta-feira (17), durante seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. Em certo momento, Delgatti chegou a chamar o parlamentar de “criminoso contumaz”.
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– Eu fui vítima de uma perseguição em Araraquara, inclusive comparável à perseguição que o senhor fez com o presidente Lula e o PT. Ressaltando que eu li as conversas de vossa excelência, li a parte privada, e posso dizer que o senhor é um criminoso contumaz. Cometeu diversas irregularidades e crimes – disse Delgatti.
Após a fala, Moro retrucou: “O bandido aqui, que foi preso, é o senhor. O senhor é inocente como o presidente Lula, então?”.
– Nós temos um depoente que é acusado e processado por diversos crimes de estelionato. Há um caso de condenação de que envolveria 44 vítimas, sinais claros de que ele está envolvido em práticas criminosas e faz do crime a sua profissão – disse.
O parlamentar, que era o juiz da Lava Jato, iniciou a inquirição perguntando a Delgatti a quantos processos por crime de estelionato ele responde. Moro ainda ironizou o tempo que o hacker levou para responder e disse: “Se perdeu a conta, pode seguir, por gentileza”.
O hacker, respondeu que se lembra de ter sido julgado em ao menos quatro ações e que teria sido absolvido em todas elas. Moro insistiu que Delgatti respondia a mais de 40 processos. Diante das ofensas mútuas, o vice-presidente da CPMI, Cid Gomes (PDT-CE), pediu por respeito de ambas as partes e chegou a mencionar que o senador tentava desqualificar a testemunha. (veja vídeo)
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O deputado federal André Fernandes (PL), apresentou uma entrevista do hacker em 2022 onde ele afirma que vota em Lula e ainda pede voto a ele. O hacker respondeu as perguntas apenas dos parlamentares governistas, quando a oposição passou a questioná-lo ele afirmou que ficaria em silêncio.