A pressão nas ações do setor financeiro (BB ON -6,03%, Itaú (ITUB4) PN -3,04%, Bradesco (BBDC4) PN -3,43%, Santander (SANB11) Unit -4,88%) resultou, nesta terça-feira, 19, na maior perda em porcentual para o Ibovespa desde o mergulho de quase 3% em 4 de abril, há mais de quatro meses. Os juros futuros explodiram e o Real se desvalorizou mais de 1% ao dólar. O STF cria mais um grande problema para todo o Brasil para tentar proteger uma única pessoa sancionada por violar direitos humanos.
Com a retomada de temores sobre a relação Brasil-EUA após desdobramento com intervenção do ministro Flávio Dino com ordem “impossível”, junto ao sistema financeiro nacional. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) deu ordem em torno das sanções aplicadas pela Casa Branca ao ministro Alexandre de Moraes, que é uma bomba para a economia brasileira. O índice da B3 (B3SA3) cedeu terreno desde a abertura, aos 137.321,13 pontos, e chegou a perder a linha de 134 mil pontos na mínima da sessão, aos 133.996,87, em ajuste de 3.324,26 pontos entre os extremos do dia. Ao fim, mostrava queda de 2,10%, aos 134.432,26, com giro a R$ 22,4 bilhões. Foi o menor nível de fechamento para o índice desde 5 de agosto.
Na semana, o Ibovespa recua 1,40%, restringindo o avanço do mês a 1,02% e o do ano a 11,76%. Na ponta perdedora, Raízen (RAIZ4) – devolvendo a alta do dia anterior, com o esclarecimento da Petrobras (PETR4) de que não planeja investimento na empresa -, nesta segunda-feira em baixa de 9,57%, à frente de Cosan (CSAN3) (-6,41%) e de Banco do Brasil (BBAS3).
Nos destaques positivos, Minerva (BEEF3) (+2,93%), Suzano (BVMF:SUZB3) (+0,78%), Hypera (BVMF:HYPE3) (+0,48%), Marfrig (MRFG3) (+0,17%) e Vale (VALE3) (+0,08%) – apenas estes cinco dos 84 papéis da carteira Ibovespa conseguiram encerrar o pregão no campo positivo. Petrobras recuou 1,37% na ON e 1,05% na PN, em dia negativo para o petróleo em Londres e Nova York.

Na B3, “a decisão do Flávio Dino sobre o ministro Alexandre de Moraes não ser alcançado pela Magnitsky com certeza” pesou nas ações de bancos ao longo desta terça-feira, enfatiza um operador de renda variável.
A decisão de Dino, que tenta afastar a eficácia automática de leis estrangeiras no Brasil, causou nova onda de dúvidas e apreensão no setor bancário, sobretudo naquelas instituições que têm operações nos Estados Unidos, de acordo com fontes ouvidas pelos jornalistas Altamiro Silva Junior, Cynthia Decloedt e Gabriel Baldocchi, da Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Mas o fato é que se o Banco Central e demais Bancos fizerem o que Dino quer o Brasil será retirado do sistema financeiro Global, ficando isolado do mundo. Os dólares do Brasil guardado no exterior ficam bloqueados.
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Com temor de mais insegurança jurídica, bancos que já estavam buscando pareceres no exterior sobre o tema preveem nova rodada de conversas com bancas de advocacia. Não é possível atender o que Dino quer em sua canetada.
“Outro destaque negativo do dia foi a forte queda de Raízen, após a Petrobras negar a possibilidade de compra de ativos da empresa, um rumor que era visto, ontem, como uma boa alternativa de recuperação para a companhia, que se encontra em situação difícil no momento”, diz João Paulo Fonseca, head de renda variável da HCI Advisors.
No quadro mais amplo, “a Bolsa já abriu em forte queda muito por conta da situação com os Estados Unidos e a decisão de Dino, o que trouxe efeito também para o câmbio e a curva de juros doméstica, em cima de notícia que traz apreensão ao mercado”, diz Rodrigo Marcatti, economista e CEO da Veedha Investimentos.
“Queda acentuada do Ibovespa hoje foi puxada pela posição do STF sobre a Lei Magnitsky, com redução da exposição dos investidores no mercado brasileiro.