Israel anunciou nesta segunda-feira (25) o rebaixamento das relações diplomáticas com o Brasil após o Itamaraty ignorar a indicação do embaixador Gali Dagan para o cargo em Brasília. A falta de resposta ao pedido de agrément, autorização necessária para a nomeação, foi interpretada como uma recusa tácita. Israel retirou a indicação e informou que conduzirá as relações em um nível diplomático inferior, sem propor outro nome.
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As tensões entre os países se intensificaram desde os ataques do Hamas em outubro de 2023 e a ofensiva israelense em Gaza. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou as ações de Israel, comparando-as às atrocidades de Hitler, o que levou Israel a declará-lo persona non grata em 2024. O gesto do chanceler israelense, Israel Katz, de levar o então embaixador brasileiro Frederico Meyer ao Museu do Holocausto foi visto por Lula como uma humilhação pública pelo Brasil.
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Celso Amorim, assessor da Presidência, negou veto formal a Dagan e justificou a ausência de resposta como reação ao tratamento dado ao embaixador brasileiro. Ele reiterou as críticas às ações de Israel em Gaza, classificadas como genocídio, mas afirmou que o Brasil deseja boas relações com o país. O Itamaraty não se pronunciou oficialmente.
Israel destacou que mantém laços com setores da sociedade brasileira favoráveis ao país, apesar do atrito. O Brasil, por sua vez, retirou seu embaixador de Tel Aviv em maio de 2024, deixando o cargo vago.
A crise reflete divergências sobre o conflito em Gaza onde Lula defende os terroristas do Hamas, e a normalização das relações permanece incerta, com ambos os lados sem embaixadores e em um patamar diplomático reduzido.