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Juros em alta. Startups promovendo demissões. Qual o motivo?

Justus insurtech Justus recebe investimento superior a 35 milhões de dólares

Juros em alta. Startups promovendo demissões. Qual o motivo? Após notícias sobre demissões em massa, as startups QuintoAndar, Loft e Facily ficaram em evidência nas últimas semanas. Entre as três empresas, estima-se que mais de 400 funcionários tenham sido dispensados sob a justificativa de reorganizações internas e repriorização de tarefas.

Isto porque, em setembro do ano passado, o QuintoAndar anunciou a abertura de mais de 200 vagas de emprego, depois de ter aberto outras 100 vagas em fevereiro. Já a Loft anunciou que tinha intenção de contratar cerca de 500 funcionários ao longo do ano, após abrir mais de 200 vagas em 2020.

E ainda, os investimentos em startups vinham crescendo exponencialmente desde o início da pandemia, quando as taxas de juros estavam em mínimas históricas. Em 2021, foram US$ 9,6 bilhões (R$ 47 bilhões) em aportes em startups no Brasil, um avanço de quase 250% em relação a 2019, quando os investimentos totalizaram US$ 2,7 bilhões (R$ 13,2 bilhões), segundo dados da plataforma Distrito.

Desta forma, é esperado que as startups estejam sempre com muitas vagas abertas. Afinal, os investidores querem que elas cresçam o mais rápido possível para oferecerem um grande retorno sobre o investimento inicial.

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Entretanto, se há muitas demissões é porque a empresa encontrou algum período de estagnação. Nesses casos, ela deve optar por enxugar a sua operação e retomar, aos poucos, o crescimento orgânico, ou então “morrer”, se ela não tiver um modelo de negócio sustentável.

Contudo, há os casos em que as empresas entendem que há uma incerteza no cenário macroeconômico e não sabem se será difícil captar futuras rodadas”, acrescenta. “Então, elas enxugam a operação para operar no ‘breakeven’ [ponto de equilíbrio] e não depender de investimentos para fechar o caixa.”

E assim, para os especialistas, a desaceleração atual não deve ser vista como uma crise no setor de startups. Eles destacam que a tendência para o ano é de uma maior diligência na escolha das empresas que levarão os investimentos, o que pode favorecer o surgimento de negócios mais sólidos e sustentáveis.

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Porém, com os recentes aumentos das taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos, que encarecem o financiamento para empresas, e a aversão ao risco provocada pela guerra na Ucrânia, as expectativas para 2022 se tornaram menos otimistas.

E ainda, o valuation das startups caiu e os investidores estão mais cautelosos. Com os juros altos, o investidor pode optar por deixar o seu capital em uma renda mais estável, o que diminui os recursos disponíveis para as startups.

Neste cenário, os investidores vão priorizar ativos de melhor qualidade, com índices econômicos mais sólidos, e que possam se manter sustentáveis em um contexto em que o tempo entre rodadas de captação tende a aumentar.

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Entretanto, ajustes são comuns no mundo dos negócios e isso define a possibilidade de uma startup se tornar uma grande empresa: a sua capacidade de saber gerir pessoas, processos, custos, mercado e continuar crescendo.

Por fim, a Distrito estima que os investimentos em startups chegarão a US$ 12,9 bilhões (R$ 63,2 bilhões) no final deste ano – uma alta anual mais tímida, de 34,6%. Como consequência desse cenário, movimentos de reorganização e “enxugamento” de equipes devem se tornar mais comuns.

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