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De acordo com a aluna, hoje está sendo inaugurada apenas metade da obra. “A obra não está concluída. O que está sendo inaugurada hoje é apenas metade da obra. Faltam moradias estudantis, restaurante e auditórios.

Em uma tenda improvisada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, participa nesta sexta-feira, 5, da inauguração do novo campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), na cidade de Osasco, na Grande SP. O objetivo de Lula é usar a máquina pública para alavancar a campanha para seus candidatos à prefeitura e câmara na região.

A obra, que já consumiu investimentos de mais de R$ 900 milhões, não está concluída e o presidente foi cobrado pela aluna do terceiro período de Direito, Jamile Fernandes, pela conclusão da obra.

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A aluna afirmou que a entrega de Lula é de apenas 50% da obra a qual aguardam por mais de 13 anos, e que sua luta agora é para que recebam os 50% restantes da prometida obra dos mandatos petistas anteriores.

Em sua breve fala durante o evento, o ex-ministro da Educação e atual titular da Fazenda, Fernando Haddad, manipulou uma resposta pela cobrança da aluna da Unifesp, alegando que a construção de universidades não tem fim.

“A USP Universidade de São Paulo até hoje está sendo construída, prédios estão sendo construídos e professores sendo contratados”, disse Haddad se dirigindo à aluna.

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Haddad lembrou que desde que o governo Lula iniciou em 2007 “o maior plano de universidades públicas do Brasil”, 126 prédios de universidades foram entregues. Na ocasião, continuou o ministro, as pessoas perguntavam sobre o porquê de o governo implantar universidades federais em São Paulo, Estado que já era bem servido por universidades e faculdades. (VEJA VÍDEO AO FINAL DA MATÉRIAL)

Lula promete novos Campus com inúmeros inacabados há 16 anos dos mandatos petistas anteriores

O campus de Unaí da UFVJM (Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri), em Minas Gerais, completou dez anos de existência na última quinta-feira (20). No período, a unidade formou quase mil profissionais em cinco cursos de graduação, mesmo sem todas as instalações prometidas na época de sua criação.

Dezenas de universidades federais de todas as regiões do país acumulam obras paradas ou atrasadas e projetos abandonados em razão da queda de orçamento que viveram nos últimos anos.
Lula (PT) anunciou no início de junho um PAC de R$ 5,5 bilhões para parte dessas obras inacabadas dos mandatos petistas anteriores somando 15 anos, além de uma nova ampliação da rede federal. O anúncio ocorreu em meio à greve de professores e servidores, em uma tentativa de esvaziar o movimento.

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Apesar de concordarem com a necessidade de expansão das universidades federais, como quer o governo, os gestores afirmam ser ainda mais necessário aumentar o financiamento, já que não há recurso suficiente nem mesmo para o pleno funcionamento das instituições existentes.

Considerando apenas as mais estratégicas, são 19 obras prometidas pelos governos anteriores de Lula e Dilma que não saíram do papel, como mostrou a Folha de São Paulo.
Quando o campus de Unaí foi planejado, era prevista a construção de três prédios. Até este mês, apenas um deles foi concluído. A universidade também não conseguiu recursos para terminar a urbanização do campus. “Até agora a unidade está na terra, não temos dinheiro para fazer calçamento, arborizar o entorno”, relata o reitor.

Sem a infraestrutura adequada, a universidade nunca conseguiu ofertar todas as vagas previstas na unidade. O plano era que o campus abrisse 200 oportunidade ao ano. São oferecidas 100.

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A situação de carência atinge das menores às maiores instituições do país. Na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), por exemplo, a construção do campus Quitaúna, em Osasco, é realizada há 16 anos.

A UFU (Universidade Federal de Uberlândia) também faz obras desde 2012 para a construção do campus de Patos de Minas no Triângulo Mineiro. Por falta de recursos e problemas burocráticos, o atraso faz com que os cursos funcionem de forma provisória em uma faculdade particular alugada, com custo de quase R$ 1 milhão ao ano para a instituição.

Na UFG (Universidade Federal de Goiás), mais antiga universidade pública do Centro-Oeste, o orçamento de capital –utilizado para investimento em infraestrutura– foi de R$ 173 milhões, corrigidos pela inflação, em 2014, para R$ 1,2 milhão neste ano, uma redução de 99%. A instituição diz ter uma “enorme demanda de obras reprimidas.”

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Já o orçamento de custeio –que paga o dia a dia–, no mesmo período, passou de R$ 192 milhões para R$ 115 milhões, 40% a menos. Além de financiar a operação da UFG, o montante paga pelo aluguel de um prédio na cidade de Goiânia, usado para sanar a demanda por salas de aula.

Sobre repasses, há casos ainda piores. A UnB (Universidade de Brasília) recebeu R$ 1 para custear suas obras neste ano. Em 2014, foram R$ 46 milhões. Isso deixa a instituição sem capacidade de concluir obras importantes, casos do novo prédio da faculdade de agronomia e medicina veterinária (previsto para 2023) e do novo prédio do instituto de física.

A reitora da universidade, Márcia Abrahão, diz que as 69 universidades federais têm demandas históricas por melhoria da infraestrutura, ampliação de prédios e equipamentos. Ela é também presidente da Andifes (associação dos reitores das federais).

“Temos universidades antigas, de 100 anos, que precisam fazer a manutenção da sua infraestrutura física, precisam também ampliar a infraestrutura”, diz Abrahão.

“As universidades mais jovens precisam ainda completar a sua infraestrutura física, muitas têm prédios alugados que precisam construir ou adquirir novos espaços e todas as universidades têm que ter um parque tecnológico que se renova continuamente. Tudo isso necessita de recurso de investimento”, continua.

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Algumas universidades relatam não ter recursos nem mesmo para obras necessárias para garantir a segurança dos estudantes e funcionários. São os casos de UFTPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) e Unifal (Universidade Federal de Alfenas), sem dinheiro para reparos urgentes de prevenção e combate a incêndio.

Mesmo com todas as dificuldades, porém, a reitora defende ampliação de vagas no ensino superior. Ela lembra que o país segue longe de atingir as metas do PNE (Plano Nacional de Educação) com relação ao acesso de estudantes para cursos de graduação nas universidades públicas.

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O plano, que vence neste ano, estabelece que o país deveria chegar ao fim de 2024 com ao menos 33% da população de 18 a 24 anos matriculada ou já tendo concluído um curso de graduação. Segundo o IBGE, em 2023 a proporção alcançou apenas 26,3%. O plano também estabelece a ampliação do acesso ao ensino superior priorizando a rede pública.

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