Patrocinado

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou nesta quarta-feira (27) que o Banco Central precisa estudar melhor os fundamentos da economia e acrescentou que aumentar juros é a forma burra de se controlar a inflação. Marinho faz a afirmação algumas semanas após o BC brasileiro ser eleito pelo quarto ano consecutivo o melhor do mundo, provavelmente ele não sabe disto, ou acreditar ser mais qualificado para dirigir o Banco

Em entrevista a jornalistas após a divulgação dos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o ministro foi questionado sobre a última ata do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, que fez referência a um mercado de trabalho mais apertado e o potencial impacto disso na inflação.

LEIA: Grandes investidores abandonam a bolsa brasileira. Insegurança jurídica e autoritarismo pesam

“Não estou nem criticando o Banco Central. Estou alertando que eles têm que olhar melhor, estudar mais. Está faltando estudar um pouco, fundamentos da economia”, disse o ministro.

Segundo ele, existem duas maneiras de controlar a inflação. “Uma forma é restringir, é aumento de juros, é corte de crédito. Isso aqui você controla a inflação, sim, mas é a forma burra de fazer.”

SAIBA: Bolsonaro pede pacificação enquanto STF e imprensa agem no sentido oposto, afirma constituinte

Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo pelo telegram Clique aqui. Se preferir siga-nos no Google News: Clique aqui. Acompanhe-nos pelo Canal do Whastapp. Clique aqui.

AINDA: Entregadores protestam contra imposto de Lula em vários estados com gritos de “ladrão seu lugar é na prisão”

Já o “jeito inteligente” de controlar a inflação, na avaliação de Marinho, é pelo lado da oferta.

“Vai crescer a demanda de consumo, as empresas não devem esperar faltar mercadoria lá na gôndola do supermercado. Elas têm que antecipar a velocidade da linha contratando mais gente, botando mais oferta de produtos. É assim que controla a inflação de forma inteligente”, disse.

A questão da oferta e demanda de produtos é apenas uma das causas da inflação entre aquelas apontadas pelo Banco Central em seu site.

A alta de preços também pode ser gerada por pressões de custos -como salários que crescem mais que as receitas da empresa-, inércia inflacionária e expectativas de inflação, por exemplo.

Em sua página, o BC diz também que, com preços estáveis, há condições mais propícias para que a economia cresça, favorecendo a criação de empregos e o aumento do bem-estar na sociedade.

LEIA: Lula e Janja devem explicar à PGR acusação a Bolsonaro por sumiço de móveis que nunca sumiram

Os dados do Caged desta quarta mostram que o Brasil gerou 306.111 vagas formais de trabalho em fevereiro. O número supera com folga o resultado consolidado registrado em fevereiro do ano passado, quando foram abertas 252.487 vagas com carteira assinada no país.

Também é bem maior que o esperado pelos analistas econômicos: de 236 mil vagas. Para Marinho, o Brasil pode ultrapassar a linha de 2 milhões de empregos líquidos gerados ao final do ano.

SAIBA: Arrecadação sobe e despesa triplica governo tem pior déficit desde 1997

“Esperamos que março venha reforçar ainda mais também para enxergarmos uma tendência do que pode acontecer neste ano”, afirmou.

Comemorada pelo governo, a força do mercado de trabalho soa como alerta para o BC e para as perspectivas sobre o ritmo de cortes na taxa básica de juros (Selic).

MAIS: Míriam Leitão divulga informação errada ao afirmar que “Bolsonaro ir a embaixada estrangeira é sair do Brasil”

Na avaliação do Banco Central, a dinâmica do mercado de trabalho, com reajustes salariais acima da inflação e sem ganhos de produtividade correspondentes, pode retardar a convergência da inflação para a meta.

“Eu convido o Banco Central a aprofundar mais esse debate da produtividade do Brasil. Não por constatação, por números globais, é preciso dar uma aprofundada nas especificidades de cada setor para ver o que está acontecendo”, disse Marinho.

AINDA: Páscoa vai custar 10% a mais para o consumidor