Nova Bolsa de Valores democratiza investimentos “Bolsa das Favelas”

Nova Bolsa de Valores democratiza investimentos
Imagem: Divulgação plataforma DIVI.Hub
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Nova Bolsa de Valores democratiza investimentos “Bolsa das Favelas”. Conforme dados do instituto de pesquisas Outdoor Social Inteligência, levantados em 2021, dos mais de 289 mil comércios registrados em seis mil comunidades de todo o país, 125 mil são provenientes do G10, o que corresponde a 43,5% e mostra que o empreendedorismo é uma realidade nas favelas do Brasil.

Desta forma, o G10, bloco liderado pelas comunidades com maior potencial econômico do país iniciou as atividades nesta sexta-feira (19), a “Bolsa de Valores das Favelas”. E assim, a B3 passou a encarar sua primeira “concorrente” em quase 20 anos: a Bolsa de Valores das Favelas. A inauguração foi parte da Slum Summit — um encontro para debater o potencial econômico das comunidades brasileiras.

A onda do crowdfunding

A iniciativa é idealizada pelo G10, bloco liderado pelas comunidades com maior potencial econômico do país, começa a funcionar hoje com o “IPO” de duas empresas. A Favela Brasil Xpress, plataforma atuando em locais onde aplicativos de entrega convencionais não chegam, como Paraisópolis, Heliópolis e Capão Redondo, em São Paulo, Rocinha e Vila Cruzeiro, no Rio, e o G10 Bank Participações são as primeiras empresas a serem abertas a investidores neste formato. A Favela Brasil Xpress teve seu CNPJ registrado em abril de 2021.

Entretanto, conforme a organização, aparecem investidores anjos, nas comunidades, propondo aportes de R$ 1 milhão em troca de fatias de 50% ou mais de empresas promissoras. Com a Bolsa do G10, os empreendedores de favelas poderão contar com recursos para tocar suas operações sem abdicar do controle acionário”, diz o dirigente. “A expectativa é de que às três primeiras emissões somem cerca de R$ 15 milhões, obedecendo ao limite de R$ 5 milhões por operação. As demais 13 candidatas a IPOs de Paraisópolis têm condições de captar pelo menos R$ 1 milhão cada.”

O que é seed, investidor anjo e venture capital?

O investimento se dá por meio da compra de DIVI, que é uma fração dos negócios. No futuro, os donos dos DIVIs também poderão negociar os ativos com outros investidores e ao preço que estipular, abrindo também outra frente de ganhos financeiros. Ancorado na Instrução 588/2017 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regulamenta as emissões de papéis por negócios de menor porte em plataformas digitais (equity crowdfunding).

Nas primeiras semanas de atividades, a nova bolsa teve três empresas listadas, selecionadas de um grupo de 18 startups com potencial para realizar ofertas públicas iniciais (IPOs, no acrônimo em inglês) – todas da favela de Paraisópolis, em São Paulo, com cerca de 120 mil habitantes.

bolsa das favelas
Andamento das negociações na plataforma DIVI hub – “Bolsa das Favelas” Imagem: Investidores Brasil

Sobre a plataforma de negociação “nova bolsa”

Em entrevista ao Investidores Brasil, Ricardo Wendel, CEO da plataforma, explicou que o objetivo é democratizar o acesso ao capital, tanto para pequenos empreendedores, quanto para investidores iniciantes em qualquer faixa social. Promover educação financeira de forma orgânica. Fomentar a economia criativa e a economia social através do crowdfunding.

Wendel explicou que o DIVI•hub surgiu nos EUA. Com a ideia de fragmentar ativos para gerar inclusão (permitir que qualquer pessoa tenha direito a propriedade). E assim, evoluiu de uma mescla do meu conhecimento em desenvolvimento e marketing, adquirido de 15 anos como CEO/Fundador da agência Citrus7 com seu sócio David Farron que veio do mercado financeiro (UBS/Bloomberg) e conhecia mais a fundo o mundo de criptoativos.

Porém, em vez de enveredar para tokens não regulados como utilities, Fantokens ou NFTs, optaram por encontar uma solução para trabalhar em conformidade com os órgãos específicos (SEC, CVM, FCA, etc). E assim, por utilizar o Equity Crowdfunding como base regulatória e aplicaram a camada de tokenização às possibilidades de investimento, sem aderir ao blockchain.

A Economia Solidária Americana

Contudo, em um aspecto mais técnico o CEO informou que utilizam o AWS Quantum Ledger, que consegue fornecer transparência, rastreabilidade, imutabilidade e registros criptografados com hashs únicas sem proof of work/mineração. Buscaram evolução do conceito em um programa de empreendedorismo global promovido pela San Jose State University. E então, no final de 2019 ganharam um prêmio da AWS e Hubspot em San Francisco como Startup “Mais Promissora do Ano”.

Após ter essa validação, buscaram receber homologação da CVM e construir a plataforma. Desta forma, Wendel afirmou que o app DIVI•hub é democrático e permite investimentos com R$10,00. Além disto, não exige necessidade de conta em banco para operar (nós cedemos uma carteira gratuita que pode ser carregada com pagamento de boleto). “Também escolhemos ativos do Creator’s Economy para gerar identificação com o público não investidor (mais fácil alguém investir no game que joga ou no influenciador que segue, do que em siglas do mercado financeiro, CRI, CRA, LCI, LCA, ETF, FII, etc…). Também escolhemos projetos de impacto, como os do G10 Favelas, para novamente gerar esse engajamento de comunidade. Alguém da Favela, que usa os serviços dessas startups nascidas lá dentro, não sofre com assimetria de informação do mercado de capitais. Eles conhecem as empresas, os donos e as propostas de valor, fazem parte desse ciclo. Então nada mais natural do que tornarem-se investidores. Quanto mais consomem, mais geram resultado que retorna para eles mesmos. DIVI•hub quer aproximar o investimento para todos, mas para isso, essa conexão com o ativo é fundamental”, explicou ele.

Fintech de soluções financeiras é lançamento da Ser Educacional

Entretanto, a empresa recebeu em um pre-seed (U$2.4 milhões) e busca alavancar projetos e crescer a base de usuários. Atualmente contam com 7.000 usuários segundo Wendel. “Estamos abrindo novas verticais como música e esportes. Nesse momento estamos também em um processo homologatório nos EUA com a SEC/FINRA para lançar a DIVI•hub na América. Também estamos prontos para, assim que a CVM registrar o novo texto da 588 (instrução do Equity Crowdfunding), lançar o nosso mercado secundário público, onde investidores poderão negociar os ativos (DIVIs) e ter ganho de capital além do recebimento de dividendos/receita”, explicou ele.

Metas

O CEO explicou que a meta é em um ano ter pelo menos 100 mil usuários. “Estamos caminhando bem, com passos bem medidos. Já atingimos 7.000 sem investimentos em mídia. Acreditamos que ativos certos, trarão interessados via engajamento e não exposição de mídia paga”.

Qual a segurança para o investidor

No momento da captação (que pode durar até 6 meses), o dinheiro fica em uma conta garantia. Se a oferta não captar pelo menos 2/3 do objetivo nesse período, devolvemos os valores a todos os investidores. Se captar com sucesso, aí o funding vai para as ofertantes.

As empresas ofertantes assinam contratos com a plataforma, e os donos das empresas são avalistas do negócio. “Se houver qualquer tipo de má-fé, podemos e vamos atrás de ressarcimentos. Investir em empresas iniciantes é arriscado, mas tem muita recompensa (maiores upsides). Nossa estrutura de contrato também protege os investidores que participam do sucesso financeiro do negócio, sem se tornarem sócios reais. Ou seja, se ocorrer algum problema trabalhista ou recuperação judicial, esse ônus não recai sob os investidores”.

Entretanto, a segurança tecnológica é total, nossa solução que utiliza o AWS QLDB grante os contratos notarizados eletronicamente a todos os investidores. Outra mitigação de risco, é o valor de entrada (só R$10,00), ou seja, com R$100,00 já consigo diversificar muito o portfolio. Também temos a conexão, projetos mais palatáveis para não-investidores, assuntos e propostas que fazem parte do dia-a-dia das pessoas. Fora que se uma comunidade engajar, têm poder de mexer no resultado do negócio (consumindo, divulgando e atraindo).