A prisão do ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, em 13 de novembro de 2025, pela Polícia Federal, escancarou uma rede de favorecimentos e irregularidades que atravessa gestões e compromete diretamente aliados do governo Lula. Indicado pelo ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), Stefanutto é acusado de autorizar descontos indevidos em aposentadorias, contrariando pareceres jurídicos internos e causando prejuízo bilionário ao erário.
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A operação Sem Desconto, que investiga o esquema de descontos associativos ilegais, revelou que mais de 34 mil aposentados foram lesados, com perdas estimadas em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. O caso, embora transversal entre governos, atinge em cheio partidos da base aliada de Lula.
Além de Stefanutto, a investigação envolve nomes como Ahmed Mohamad Oliveira (ex-ministro da Previdência), o deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos-MG) e o deputado estadual Edson Araújo (PSB-MA). Ambos os partidos — Republicanos e PSB — têm atuado como pilares de sustentação do governo Lula no Congresso. O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), por exemplo, é um dos principais articuladores da base governista e tem sido peça-chave em votações estratégicas.
A presença de figuras ligadas ao Planalto entre os investigados levanta questionamentos sobre a blindagem institucional e a falta de controle sobre entidades que operam descontos em folha. Associações e sindicatos com histórico de proximidade com o PT também estão sob investigação, acusadas de manter contratos ativos mesmo após denúncias.
O episódio revela não apenas falhas administrativas que curiosamente beneficia entidades ligadas ao PT, mas uma crise de credibilidade. A promessa de reconstrução institucional feita por Lula esbarra em práticas que se repetem e se perpetuam em governos anteriores do PT.
Em meio à tentativa de liderar agendas internacionais como a COP30 que vem sendo muito criticada com baixíssimo resultado e já tem escândalos de superfaturamento, o Planalto agora precisa lidar com um escândalo doméstico que compromete sua narrativa de responsabilidade social, que não se mostra sustentável.
Hugo Motta e o Republicanos: apoio consistente ao governo
- Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta tem sido peça-chave na articulação política do governo Lula.
- Em abril de 2025, Lula participou de um jantar com Motta e líderes da base, reafirmando apoio à sua liderança e discutindo prioridades legislativas, como a oposição à anistia dos atos de 8 de janeiro.
- Em novembro, diante da crise sobre o projeto da Lei Antifacção, Lula ligou pessoalmente para Motta pedindo mudanças no relator escolhido. Motta atendeu ao pedido, sinalizando alinhamento com o Executivo.
- Apesar de episódios pontuais de desconforto, como o avanço da Lei Antiterrorismo patrocinada por setores da oposição, o governo reconhece que Motta tem “um pé em cada canoa”, mas mantém diálogo constante com o Planalto.
PSB: base histórica e institucional
- O PSB é um dos partidos que compõem formalmente a base de apoio ao governo Lula.
- Ministros do PSB ocupam cargos estratégicos no Executivo, como o Ministério da Justiça e o Ministério da Integração.
- Deputados do PSB têm votado majoritariamente com o governo em pautas econômicas, sociais e institucionais
A CPMI do INSS aponta que houve favorecimento institucional a entidades aliadas ao governo Lula, com decisões que retardaram investigações e mantiveram contratos ativos mesmo após denúncias. A oposição acusa o Planalto de blindar aliados, enquanto o governo afirma que está colaborando com as investigações.













