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A volta da Petrobras (PETR3; PETR4) ao setor de fertilizantes, em que o Brasil é deficitário, é uma das prioridades do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mas o primeiro projeto anunciado pela estatal é polêmico e gerou questionamentos tanto no conselho de administração quanto na diretoria da empresa.

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A Ansa (Araucária Nitrogenados SA), que será reaberta após quatro anos, acumula prejuízo de R$ 3,5 bilhões desde 2013, quando foi comprada pela Petrobras. Nesse período, só não teve resultado negativo em três anos, dois deles após a suspensão das atividades.

A retomada das operações foi aprovada pela diretoria da Petrobras há duas semanas, sem maiores informações sobre a viabilidade financeira do projeto. Em nota enviada à Folha de S.Paulo, a empresa disse que estudos comprovam a viabilidade econômica das operações.

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A proposta de reabertura da Ansa começou a ser negociada ainda na gestão Jean Paul Prates, mas acabou sendo aprovada como o primeiro ato relevante de sua sucessora no comando da estatal, Magda Chambriard. Teve voto contrário de três diretores e é criticada por acionistas minoritários.

Em nota para informar a decisão de hibernar as instalações, a estatal disse na ocasião que a matéria-prima usada pela unidade, resíduo asfáltico, era mais cara do que os produtos finais, amônia e ureia.

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Fontes da empresa argumentam que a Ansa usa como matéria-prima um resíduo da Refinaria Presidente Getúlio Vargas, sua vizinha, que não teria valor de mercado. Ao vender esse resíduo para produzir fertilizantes, a estatal estaria melhorando o lucro da refinaria, segundo esse argumento.

A nota da empresa diz ainda que “o setor de fertilizantes tem alta demanda no país e importância estratégica para a Petrobras, possibilitando diversificação dos negócios, integração da cadeia do gás natural e ações de descarbonização em linha com a transição energética”.

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A Petrobras ressalta que somente atuará no setor sob condição de viabilidade econômica, conforme apontado no Planejamento Estratégico”, conclui. Esta a segunda operação com risco real de prejuízo para a estatal que é questionada. A primeira foi uma negociação com a Unigel que o próprio Tribunal de Contas da União proibiu, o contrato está pausado.

Esta semana, durante cerimônia de sua posse, Magda voltou a prometer que a empresa seguirá “lógica empresarial” em seus investimentos. Sua gestão, afirmou, está “totalmente alinhada” com o governo Lula, mas também com a visão de mercado.

“Ninguém quer que nenhum acionista tenha um centavo de prejuízo. Se investiu, tem direito a ter seu retorno do investimento”, reforçou o presidente da República, também em discurso na posse da presidente da Petrobras.

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Lula frisou que o setor de fertilizantes é uma prioridade, para “ajudar o Brasil a enfrentar os efeitos da Guerra na Ucrânia”, que reduziu a disponibilidade global dos insumos. Afirmou ainda que a Petrobras deve destinar mais gás para esse setor, “fundamental para a nossa tão poderosa e respeitada agricultura”.

No histórico de resultados da Ansa, dois dos três anos de lucro ocorreram após o fechamento da unidade, em 2020, após tentativa frustrada de venda para a russa Acron. “Todo ano dava prejuízo”, justificou na época o então presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.

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