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A Unigel avalia pedir recuperação judicial no Brasil para evitar a falência. Com R$ 4,2 bilhões em dívidas, segundo o balanço financeiro do 3º trimestre de 2023, a petroquímica não tem conseguido avançar nas negociações com os credores. O pedido de recuperação deve ser apresentado nos próximos dias. A empresa nega. A situação da Unigel pode se agravar.

O contrato da empresa com a Petrobras (PETR3; PETR4)que permitiu a reativação das plantas de fertilizantes em Sergipe e na Bahia está sendo questionado pelo TCU (Tribunal de Contas da União). A área técnica da Corte apontou risco de prejuízo e quase R$ 500 milhões à estatal e recomendou que a operação seja cancelada.

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A empresa, que é a 2ª maior petroquímica do Brasil, conseguiu uma proteção judicial provisória em 14 de dezembro de 2023 para impedir que os credores executassem as dívidas, evitando um bloqueio de contas. A liminar da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu as execuções por 60 dias, dando um respiro à empresa para que as negociações fossem feitas. O prazo é improrrogável e acabará em 14 de fevereiro.

Sem um acordo e sob pressão dos credores, o caminho encontrado internamente foi a recuperação judicial. A possibilidade já tinha sido aventada antes, mas era vista como um último recurso. Com a piora da situação, a empresa se vê neste cenário.

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No mercado, a avaliação é que a Unigel teve a sua situação financeira agravada pela crise do setor. O problema passa pelo elevado preço do gás natural, uma dificuldade geral do segmento que afeta a competitividade e torna difícil a competição com produtos importados. E ao excesso de impostos.

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Somaram-se a isso escolhas consideradas equivocadas pelo mercado, como o contrato firmado em 2019 com a Petrobras para arrendar as plantas de fertilizantes na Bahia e em Sergipe. O contrato tem duração de 10 anos. No entanto, a empresa paralisou as duas fábricas em 2023 por causa dos prejuízos.

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A área técnica do TCU identificou “indícios de irregularidades” no acordo, como falha nas justificativas para a realização do negócio, falta de assinatura de instâncias superiores da companhia no contrato e o fato de a Petrobras assumir os riscos do negócio em cenário de mercado desfavorável.

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O prejuízo se dá pelo fato de a Petrobras, com o acordo, assumir o ônus de uma operação deficitária mesmo estando com as unidades arrendadas (alugadas). O contrato tem valor total de R$ 759,2 milhões e vale para as unidades de Camaçari (BA) e Laranjeiras (SE). Juntas, as fábricas têm capacidade instalada.

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A Unigel nega a possibilidade

Em nota enviada ao Poder360, a Unigel disse que não tem “nenhuma intenção de realizar pedido de recuperação judicial“. A companhia afirmou que as negociações com seus principais credores evoluíram nos últimos dias. “A empresa segue acreditando que o acordo é a melhor solução para todas as partes e que deverá concluir a negociação brevemente”, diz a nota de esclarecimento da empresa.

A Unigel é líder na produção de estirênicos, acrílicos e fertilizantes nitrogenados na América Latina. Fundada em 1966, a companhia tem plantas próprias em São Paulo e arrendadas em Sergipe e na Bahia. Também conta com 3 unidades no México. De janeiro a setembro de 2023, o grupo acumulou um prejuízo de R$ 1,05 bilhão.

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Com informações Poder360