O advogado Eli Cohen, protagonista da CPMI do INSS (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Instituto Nacional do Seguro Social), afirmou em áudio exclusivo que o delegado da Polícia Civil de São Paulo Roberto Monteiro realizava “acertos” em delegacias paulistas em favor do empresário Maurício Camisotti. Camisotti está preso desde setembro de 2025 suspeito de comandar um esquema de fraudes envolvendo descontos ilegais em aposentadorias e pensões de idosos e pensionistas do INSS.
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Segundo Eli Cohen, que gravou a conversa dentro de seu escritório, Monteiro também tinha uma ligação com a empresa SPS Manager, administrada pela esposa do delegado, que recebia valores de Camisotti por contratos privados. O diálogo indica que Monteiro teria atuado para resolver pendências do empresário na região de São Paulo, inclusive na área da Cracolândia, onde Monteiro era comandante seccional até o início de 2023.
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A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo confirmou a instauração de um procedimento disciplinar contra Monteiro para apurar as denúncias, ressaltando o compromisso da Polícia Civil com a legalidade e a transparência. Roberto Monteiro perdeu o cargo de comandante em 2023, durante a gestão do governador Tarcísio de Freitas.
Além disso, Eli Cohen relatou que Monteiro teria recebido supostamente R$ 7 milhões para comprar seu silêncio na CPMI do INSS, valor que acabou caindo em mãos de outro empresário, Danilo Trento, acusado de aplicar um golpe no próprio Cohen. O grupo de investigação do esquema segue suas atividades, com a CPMI aprovando a oitiva e a convocação de Camisotti para prestar depoimento.
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Maurício Camisotti, por sua vez, nega as acusações de corrupção e afirma não manter qualquer relação contratual com a empresa da esposa de Monteiro, além de repudiar qualquer envolvimento em irregularidades. os áudios foram obtidos pela Gazeta do Povo.
Esse caso destaca novas suspeitas de corrupção e conluio entre agentes públicos e empresários que criaram cobranças falsas em benefícios previdenciários.
