O Congresso do Peru aprovou na madrugada de 10 de outubro de 2025 a destituição da presidente Dina Boluarte por “incapacidade moral permanente”. A decisão foi unânime, com 118 votos favoráveis, refletindo um amplo consenso político para afastar a líder diante da crise de insegurança e crescente violência no país. O processo foi impulsionado após sucessivos ataques de quadrilhas criminosas, incluindo um incidente recente que feriu integrantes da banda Agua Marina durante um show em Lima. Além disso, a destituição foi motivada por denúncias de corrupção, como o caso conhecido como “Rolexgate”, que investiga uma coleção de relógios de luxo da presidente não declarados oficialmente.
Dina Boluarte, que assumiu o cargo em dezembro de 2022 após o afastamento do ex-presidente Pedro Castillo, era uma das líderes com maior rejeição pública no Peru, com aprovação de apenas 7% segundo pesquisa da Datum Internacional. Ela se recusou a comparecer ao Congresso para apresentar defesa, alegando inconstitucionalidade no procedimento, o que não impediu a continuidade do processo. Após a destituição, José Jerí, presidente do Congresso e membro do partido Somos Perú, assumiu interinamente a Presidência do país até as eleições previstas para abril de 2026.
Este episódio reforça o histórico de instabilidade política no Peru, que desde 2018 já teve seis presidentes diferentes, muitos deles afastados, renunciantes ou presos. A saída de Boluarte acontece em um contexto de urgência para conter o avanço do crime organizado e restaurar a governabilidade no país, sinalizando um novo capítulo na turbulenta trajetória política peruana.
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Motivações da destituição
A principal justificativa para a destituição foi a “incapacidade moral permanente” para lidar com a escalada da criminalidade e a impunidade das quadrilhas no Peru. A aprovação das moções contou com o apoio tanto de partidos de direita quanto do fujimorismo, que anteriormente ainda apoiava Boluarte. Esses parlamentares criticaram a falta de respostas efetivas do governo diante da violência e da corrupção.
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Processo e reações
O Congresso convocou a presidente para prestar esclarecimentos, mas ela não compareceu, reforçando seu posicionamento de que o procedimento era inconstitucional. A votação foi rápida e expressiva, consolidando a decisão mesmo sem a presença da defesa da chefe de Estado. Após o afastamento, a imunidade presidencial foi retirada, sujeitando Boluarte a processos judiciais que poderão incluir investigação por corrupção e outras denúncias.
Consequências políticas
Com a destituição, José Jerí assumiu a Presidência provisoriamente, comprometendo-se a enfrentar a crise com medidas rigorosas contra o crime e a organizar uma transição pacífica até as eleições de 2026. A queda de Boluarte marca mais um episódio da série de eventos que têm desafiado a estabilidade política no Peru, refletindo o anseio popular por governança eficaz e segurança.