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 Raízen (RAIZ4) após divulgar sua prévia operacional do segundo trimestre da safra 2025/2026 (2T26) teve a sua nota de crédito global rebaixada pela Fitch Ratings, que reduziu de de “BBB” para “BBB-“, com observação negativa (“Rating Watch Negative”).

A Fitch Ratings afirmou que o rebaixamento “reflete a deterioração da estrutura de capital da empresa devido ao aumento da dívida e ao fluxo de caixa operacional mais fraco do que o esperado para o ano fiscal de março de 2026”.

Já em relação a nota de crédito nacional de longo prazo, a agência reafirmou o rating da companhia em “AAA(bra)”.

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O que diz a Fitch Ratings sobre o rebaixamento?

Na avaliação da agência, sem grandes vendas de ativos ou injeções de capital, a alavancagem líquida da Raízen deve permanecer em torno de 4,0x por um período prolongado, “o que não é consistente com uma classificação ‘BBB’ e está acima de nossas expectativas anteriores”, disse em documento.

Além disso, a Fitch indicou que redução do rating reflete os desafios da Raízen na execução de suas iniciativas de desalavancagem.

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Atualmente, os acionistas controladores da empresa estão discutindo uma potencial injeção de capital, possivelmente adicionando um terceiro acionista controlador. A Fitch afirmou que espera uma resolução no curto prazo para a questão.

Por outro lado, a Raízen também vem buscando vendas de ativos, mas, na visão da agência, os recursos e a execução das transações permanecem incertos.

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A Fitch pretende revisar os ratings da companhia em até seis meses, e reforçou que continuará monitorando os desenvolvimentos das iniciativas da Raízen.

A prévia operacional da Raízen

A Raízen até tentou adoçar o mercado com a sua prévia operacional do segundo trimestre da safra 2025/2026 (2T26), que teve como destaque positivo a alta na moagem e maior produção de açúcar. A moagem de cana atingiu 35,1 milhões de toneladas, aumento em relação ao período anterior, quando alcançou 32,9 milhões. O resultado da companhia foi favorecida pelo clima.

Porém, no acumulado da safra, houve queda para 59,6 milhões de toneladas, impactada por fatores climáticos, queimadas, geadas e pela venda de parte da cana após a desmobilização da Usina Santa Elisa.

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Já produção de açúcar subiu para 4,78 milhões de toneladas, com mix de 56% açúcar e 44% etanol.

Embora as vendas de etanol recuaram para 817 mil metros cúbicos, a produção de etanol de segunda geração (E2G) cresceu para 42,9 mil metros cúbicos, impulsionada pelas plantas Univalem, Barra e Bonfim.

Na bioenergia, a cogeração foi de 755 mil MWh, afetada pela menor disponibilidade de biomassa.

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Em distribuição de combustíveis, o volume no Brasil ficou entre 7,4 e 7,5 milhões de metros cúbicos, alta sobre os 7,0 milhões do 2T24/25, com avanço nas ações contra o mercado ilegal.

Na Argentina, as vendas subiram para entre 1,75 e 1,8 milhão de metros cúbicos, acompanhando o plano operacional e uma parada programada para ganho de eficiência.

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Não só a Fitch Ratings: Safra sobre a prévia da Raízen

Após a divulgação do resultado, a Raízen também ganhou um outra baixa, mas desta vez do Safra. Os analistas do banco rebaixaram o preço-alvo para as ações de R$ 2,90 para R$ 1,40.

Segundo relatório, a prévia mostrou volumes de vendas de açúcar e etanol abaixo das estimativas do Safra. “Os dados indicam resultados mistos, com um desempenho fraco na divisão de Etanol, Açúcar e Bioenergia (ESB) sendo parcialmente compensado por bons números no segmento de distribuição de combustíveis no Brasil”.

Após revisão sobre capacidade de moagem, margens no segmento de distribuição de combustíveis e capex, o Safra reduziu o preço-alvo, porém manteve a recomendação outpeform, que equivale à compra.

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Vale lembrar que, no dia 14 de novembro, a Raízen divulgará seu balanço do 2T26.

O governo Lula tem demonstrado apoio direto à Raízen, empresa ligada ao bilionário Rubens Ometto, por meio de incentivos à energia limpa e barreiras comerciais que favorecem o setor de etanol — em meio a uma relação política e financeira cada vez mais evidente. Onde cada um tem seu benefício que não ajuda em nada a população brasileira.

Apoio estratégico à Raízen e proximidade de Lula com Rubens Ometto

A Raízen, joint venture entre Cosan e Shell, é uma das maiores produtoras de etanol do Brasil. Seu controlador, Rubens Ometto, é presidente do conselho da Cosan e figura influente no setor energético. Apesar de ter feito críticas públicas ao governo, Ometto foi um dos principais doadores individuais do PT, contribuindo com R$ 1 milhão em 2022 e mais R$ 1 milhão em 2023, já durante o mandato de Lula.

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Essa relação financeira coincide com decisões políticas que beneficiam diretamente a Raízen:

Incentivo à energia limpa

Em maio de 2024, Lula participou da inauguração da maior planta de etanol de segunda geração do mundo, em Guariba (SP), construída pela Raízen com investimento de R$ 1,2 bilhão. O presidente exaltou o papel do Brasil como líder em energia limpa e reforçou o compromisso do governo com o setor de biocombustíveis.

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Proteção comercial contra concorrência externa

Em agosto de 2025, associações da indústria alertaram que o governo Lula se recusou a negociar a redução da tarifa de 18% sobre o etanol norte-americano, enquanto o Brasil paga apenas 2,5% para exportar o produto aos EUA. A medida foi interpretada como uma forma de proteger a Raízen, que enfrenta dificuldades financeiras e operacionais, especialmente no Nordeste.

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Reestruturação e influência

Rubens Ometto declarou em maio de 2025 que a Raízen passa por um processo de reestruturação para reduzir dívidas e focar em distribuição de combustíveis e cogeração de energia. A manutenção de barreiras comerciais e o apoio político ajudam a preservar a posição da empresa em mercados estratégicos. Ometto é um dos maiores financiadores da campanha eleitoral de Lula 2022.

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O apoio do governo Lula à Raízen vai além de políticas públicas — envolve presença em eventos, decisões comerciais favoráveis e uma relação direta com Rubens Ometto, empresário que financia o partido PT e mantém influência no setor energético. Essa proximidade levanta questionamentos sobre interesses cruzados entre política e grandes grupos econômicos.

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