Rodovias do Tietê não consegue pagar investidores debenturistas. O papel foi vendido em 2013 como uma das primeiras ofertas de debêntures incentivadas do mercado. São isentas de imposto de renda para pessoas físicas. Na época fez muito sucesso entre investidores dos segmentos de private banking e de alta renda dos bancos.
Em outras palavras, a dívida em questão são debêntures incentivadas da Rodovias do Tietê, que passa por dificuldades para honrar o contrato. Atualmente cerca de R$ 1,3 bilhão, com os cerca de 15 mil investidores. Eles vão decidir se aceitam renegociar os papéis ou se pedem a antecipação do vencimento e a execução das garantias, que são as ações da empresa.
Contudo a partir de 2017, as dificuldades da companhia ficaram evidentes. Nesta época foi revelado que os investimentos necessários nas concessões seriam muito maiores do que os inicialmente indicados pela companhia. Isto referente a época da oferta e indicados no formulário de referência da CVM, dizem pessoas próximas das negociações. A partir daí começaram as conversas para reestruturação da dívida.
No entanto, a Rodovias alega fraca geração de receita da rodovia e serviço da dívida com custo elevado, Além ainda, de dizer que o investimento na concessão foi bem acima do esperado.
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A empresa já apresentou várias propostas aos investidores. Entretanto, em uma das tentativas de acordo ela ofereceu prorrogar o prazo dos papéis em 8 anos. Passando de 2028 para 2036. A amortização do principal também só começaria em 2025.
A última proposta de renegociação, em 3 de setembro, foi recusada pelos debenturistas pois previa pagamento de juros de apenas 0,1% ao ano além da inflação. Quando foi emitido, o papel prometia juros de mais de 8% ao ano além do IPCA. A empresa pediu ainda prorrogação da dívida por mais 8 anos.
Além da redução da taxa de remuneração os debenturistas não aceitam a forma de injeção de capital na empresa. De acordo com especialistas, caso as propostas não sejam aceitas e a antecipação fosse aprovada Os debenturistas receberiam as garantias, que são ações da companhia. Mesmo assim, não necessariamente passariam a ser donos da companhia. Tsto porque, caso se decida pelo vencimento antecipado, ainda haveria uma outra assembleia para ratificar o vencimento e deliberar sobre a execução das garantias.
Essa execução, porém, só seria feita após um alinhamento com a Artesp, agência reguladora de concessões do Estado de São Paulo, para evitar a instauração de um processo de caducidade da concessão, e realizar um plano de transição para um novo operador.
Entretanto na última sexta-feira, 20, decidiram em assembleia adiar as decisões sobre as propostas feitas da empresa para uma nova reunião, em 4 de outubro.