Safra anuncia compra do segundo Banco em uma semana

Safra libera estudo sobre Fundos COMPRA SEGUNDO BANCO Imobiliários para 2020
Patrocinado

Safra anuncia compra do segundo Banco em uma semana. Menos de uma semana após anunciar a compra do banco Alfa no Brasil por R$ 1 bilhão, o Grupo J. Safra fechou um acordo para adquirir outro ativo dos herdeiros do banqueiro Aloysio de Andrade Faria, o Delta National Bank, com sede em Nova York. O negócio reforça o apetite do conglomerado por clientes latino-americanos endinheirados em meio à ofensiva de bancos brasileiros nos Estados Unidos, com foco no público de alta renda. O valor financeiro da transação não foi revelado.

SAIBA MAIS: Banco Alfa agora é do Safra valor superior a R$1 bilhão

O negócio nos EUA foi mantido pelos antigos donos do Banco Real assim como a operação de atacado no Brasil, com foco em empresas e no público de alta renda, a despeito da venda do varejo bancário – incorporado pelo ABN e, posteriormente, vendido ao Santander Brasil, no passado. Agora, o banco em NY mudará de mãos para o Safra, seguindo o mesmo destino do conglomerado no Brasil.

A operação já era negociada entre as famílias Safra e Faria em paralelo à venda do banco Alfa no Brasil. Embora sejam instituições diferentes, com operações em seus respectivos países, havia um entendimento de que o comprador do negócio no País também arremataria o ativo nos EUA. Conforme anunciou o Estadão.

VEJA TAMBÉM: Itaú anuncia pagamento de proventos

Fundado em 1986, o Delta National Bank tem foco no segmento Private. Na ocasião, os donos do então Banco Real obtiveram duas licenças para operar no mercado norte-americano e criaram o Delta National Bank and Trust Company of New York e o Delta National Bank and Trust Company of Florida. Anos depois, os negócios foram consolidados e deram origem ao Delta National Bank e Trust Company, com sede em Nova York e filial em Miami.

SAIBA MAIS: Deputado Federal usa suas redes sociais para incentivar ataques a eleitores contrários

A transação ocorre em meio à ofensiva de bancos brasileiros nos EUA nos últimos anos. O Bradesco anunciou recentemente um investimento de mais US$ 230 milhões (cerca de R$ 1,2 bilhão) para acelerar o seu crescimento em território norte-americano, dois anos após comprar o BAC Florida, com sede em Miami e que passou a se chamar Bradesco Bank. Em paralelo, o rival Itaú Unibanco também centralizou seus negócios norte-americanos na região, em busca de maior expansão enquanto o Banco do Brasil desistiu de se desfazer de sua operação nos EUA.

A expectativa é de que a transação seja concluída no primeiro semestre de 2023, a depender de aprovações dos órgãos reguladores responsáveis. Com US$ 300 bilhões em ativos, o Grupo J. Safra tem unidades em São Paulo, no Brasil, em Nova York, nos EUA, e em Basileia, na Suíça.

LEIA AINDA: Denúncia: TSE contratou empresa financiadora do PT para “terceirizar censura”

Banco Safra já esteve sob investigação de compra de medidas provisórias

Em 2016, a comissão parlamentar de inquérito (CPI) investigou suspeitas de favorecimento a empresas devedoras da Receita Federal nos julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e na terça-feira (26) de abri daquele ano aconteceu a convocação dos presidentes do Banco Safra, Joseph Safra, e da Mitsubishi Motors do Brasil, Robert Rittscher, e de mais dois outros executivos ligados a esses grupos: João Inácio Puga, do Conselho de Administração do banco, e Paulo Arantes Ferraz, ex-presidente da montadora.

Além dos quatro executivos, foram convocadas para depor na CPI 16 pessoas já denunciados na Justiça. entre as quais os advogados Mauro Marcondes Machado e Cristina Mautoni Marcondes, sócios da Marcondes e Mautoni (M&M), suspeitos de envolvimento no esquema de venda de medidas provisórias.

SAIBA TAMBÉM: Confiança de serviço tem menor patamar desde março devido a resultado eleitoral

A convocação do banqueiro Joseph Safra foi a única que causou polêmica na CPI, a ponto de ser necessário fazer a votação nominalmente, a pedido do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), que se declarou contra a vinda do banqueiro, que é réu da Operação Zelotes, que investiga o Carf. “Entendo a importância das empresas para o país. Inclusive fui informado de que o senhor Safra mora na Suíça. Imagina ter de convocá-lo [para depor]… Além disso, o denunciante [procurador da República Frederico de Carvalho Paiva, responsável, no Ministério Público, pelas investigações da Zelotes] nem sabia qual era o cargo dele [Safra] no banco”, argumentou Aleluia.

VEJA TAMBÉM: Denúncia: TSE contratou empresa financiadora do PT para “terceirizar censura”

Feita a votação, a convocação foi aprovada com 12 votos a favor e dois contra. Hildo Rocha (PMDB-MA) também votou contra a convocação do banqueiro, enquanto Covatti Filho (PP-RS) e Pedro Fernandes (PTB-MA) abstiveram-se.

A lista de convocados nesta terça-feira pela CPI inclui ainda o ex-presidente do Carf Edison Pereira Rodrigues; o ex-vice-presidente da 1ª Turma do conselho José Ricardo Da Silva e seu pai, Eivany Antônio da Silva; e Lutero Fernandes do Nascimento, assessor direto de Otacílio Dantas Cartaxo (ex-presidente do Carf, que já teve seu requerimento de convocação aprovado pela CPI). Foram convocados ainda os ex-conselheiros Meigan Sack Rodrigues, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Jorge Victor Rodrigues, Paulo Roberto Cortez e Nelson Mallmann (que é também ex-auditor-fiscal da Receita Federal); os servidores da Receita Federal Eduardo Cerqueira Leite e Jeferson Ribeiro Salazar, que, além de auditor fiscal aposentado da Receita Federal, é ex-auditor fiscal do Tesouro Nacional.

LEIA TAMBÉM: Deputado Federal usa suas redes sociais para incentivar ataques a eleitores contrários

Completam a lista a ex-secretária executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex) Lytha Spíndola, que foi também assessora especial do gabinete da Casa Civil, e os advogados Halysson Carvalho Silva e Eduardo Gonçalves Valadão. Todos são suspeitos de participar de negociações ilícitas para aprovação de medidas provisórias