XP Inc. será outra Nubank sem retorno ao acionista?

XP inc derrete 13% em Nova York por dúvidas contábeis
Imagem divulgação
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XP Inc. será outra Nubank sem retorno ao acionista? Muito se tem falado do Nubank e outras fintechs que se aventuraram no mercado americano. Os resultados de quase totalidade das fintechs tem deixado muito a desejar. Na verdade, o acionista que adquiriu participação nestas empresas quando entraram no mercado americano amargam prejuízo em cima de prejuízo.

Pouco se tem comentado sobre a performance da XP Investimentos. Provavelmente isto se deva ao fato da companhia ter participação em grande parte dos meios de imprensa especializados.

Porém, a empresa que domina o mercado de casas de análise e intermediação de ativos no país também não tem se saído nada bem do ponto de vista de resultado das BDRS para seus detentores.

retorno XPI após IPO
Indicadores XPBR31

Embora, se você for procurar informação sobre o assunto na internet, provavelmente não encontrará especialistas e analistas de fato alertando as pessoas sobre este ativo.

Quem investiu na XP Investimentos com a XPBR31 apenas perdeu o capital investido até o momento. Para se ter uma ideia,nos últimos três meses a BDR derreteu quase 40%. E ainda, em doze meses a BDR despencou 58,53%.

Contudo, como exemplo do desempenho ruim da XPBR31. Se você tivesse investido R$ 1.000,00 na estreia da companhia na bolsa americana, atualmente você teria algo próximo a R$ 677,56.

Assim, fica óbvio que investir nos ativos da XP de fato não oferecem retorno algum ao acionista. Muito pelo contrário, devolvem prejuízo.

Vou agora fazer outras simulações de investimento com o mesmo valor para que você possa avaliar o retorno. Se no mesmo período você tivesse colocado R$ 1.000,00 em IFIX você teria R$ 1.355,90. Caso optasse por colocar os R$ 1.000,00 em IBOV você teria R$ 1.522,70. Se sua ideia fosse R$ 1.000,00 em IVVB11 você teria R$ 2.896,50. Outra opção seria R$ 1.000,00 em SMLL você teria R$ 1.381,90. E uma última opção aqui R$ 1.000,00 em IDIV você teria R$ 1.798,00.

retorno BDR xpi comparativo ibovesa
Gráfico comparativo de rentabilidade BDR XPinc versus Ibovespa

Agora ficou fácil entender a diferença de investimento lucrativo e investimentos com base em influência de comunicação. Exatamente, no mundo dos investimentos tudo funciona como em qualquer outro setor. O tempo todo, as empresas criam os “produtos de investimento” e precisam de compradores para eles. Neste caso denominados investidores.

Por esta razão, você precisa de fato conhecer o máximo que puder sobre investimento. Só assim, você saber qual “produto de investimento”, indicado pelos analistas e especialistas de fato vai ser bom para você.

Entenda que não estou aqui fazendo críticas a XP inc ou a seu BDR. Estou lhe mostrando o fato e vou mostrar a propaganda também. E então você poderá usar este exemplo para muitos outros ativos.

Quem é a XP Investimentos

Nos Estados Unidos a XP Investimentos é denominada XP Inc., está listada na Nasdaq com um valor de mercado de $ 12,64 Bilhões, tendo um patrimônio de $ 3,12 Bilhões.

Com um total de 2.429 funcionários, a empresa está listada no setor de Financeiro e categorizada na indústria de Serviços de Investimento.

Nos últimos 12 meses a empresa teve um faturamento de $ 1,26 Bilhão, que gerou um lucro no valor de $ 708,91 Milhões.

Quanto aos seus principais indicadores, a empresa possui um P/L de 17,83, um P/VP de 4,05. Sendo que a companhia nos últimos 12 meses não pagou dividendos.

Entretanto, a empresa é negociada no Brasil através do BDR XPBR31, ou pode ser adquirida no exterior através do ticker XP.

O histórico da XP Investimentos e negociações

A XP nasceu em 2001 em uma sala de 25m² em Porto Alegre após Guilherme Benchimol e seu sócio Marcelo Maisonnave pedirem demissão da corretora onde trabalhavam juntos, para abrir o próprio negócio.

Sendo assim, surgiu a XP, empresa que nasceu com o objetivo de transformar o mercado financeiro e o modo como as pessoas investem. Para viabilizar esse objetivo, seus sócios e fundadores ensinavam pessoas sem experiência no mundo dos investimentos a lucrar com o mercado financeiro.

A estratégia baseada na educação financeira mostrou resultados importantes e no ano seguinte nascia a XP Educação e também os primeiros escritórios de investimentos afiliados à XP.

No entanto, a atuação como corretora veio apenas em 2007, com a aquisição da Manchester CCTVM e Americainvest.

Em 2012, foi a vez de adquirir o portal de notícias Infomoney e vender uma fatia de 31% da XP ao fundo de investimento General Atlantic.

Dois anos mais tarde, a XP anunciou a sua entrada no mercado americano através da XP Investimentos e também a aquisição das corretoras Clear e Rico.

Em 2017, a XP chegou a anunciar a venda de 49,9% do seu capital para o Itaú Unibanco (ITUB3 e ITUB4). No entanto, em 2020, o Itaú decidiu vender sua participação no capital da XP.

Por fim, o IPO na NASDAQ aconteceu em 2019, ocasião em que a empresa e seus sócios captaram US$ 2,25 bilhões de dólares no mercado americano de ações.

A captação de recursos na bolsa americana favoreceu imensamente os planos dos sócios da XP investimentos. Contudo, os acionistas que acreditaram na empresa e na possibilidade de retorno que a mesma ofereceria certamente não podem dizer o mesmo até o momento.

O que significa a IPO de fato para uma empresa

O IPO é a sigla em inglês para “Initial Public Offering” ou, no bom e velho português, Oferta Pública Inicial. Ao longo dos anos, inúmeras empresas (como Facebook, Twitter, Nubank, Google e XP Inc) arrecadarem milhões e até bilhões de dólares em apenas um dia através desse tal de IPO.

Mais recentemente, o Nubank e XP Investimentos ganharam espaço nas manchetes ao aderir à prática e, através disso, oferecer a posição de sócio para milhares de clientes da empresa. Mas, afinal, o que é IPO? Entenda nas próximas linhas como funciona o sistema de Oferta Pública Inicial no sistema financeiro do Brasil.

Embora pareça complexo no primeiro momento, pode ser simplificado rapidamente. IPO é o processo por meio do qual uma empresa oferece ações para o mercado pela primeira vez. Em outras palavras, é a distribuição inicial de ações em uma bolsa de valores que permite aos investidores adquirirem partes da companhia.

Assim, ela deixa de pertencer a um único dono (ou grupo) e ganha acionistas, ou seja, pessoas “anônimas” que possuem pequenas fatias do empreendimento. A depender do tipo e da quantidade de ações adquiridas, os titulares ganham poder decisório na empresa. Isso, contudo, exige um investimento muito alto e não é para qualquer um.

Em geral, a maioria dos acionistas detém uma parcela pequena da empresa. Desse modo, os donos do empreendimento conseguem ampliar significativamente o capital sem sujeitar a estrutura organizacional a mudanças drásticas.

Para o dono da empresa, a IPO é uma forma de conseguir capital, grande volume financeiro, a baixo custo para colocar em seu negócio.

Para proteger a empresa durante o IPO, os donos costumam manter grande parte das ações e se tornam sócios majoritários. Mark Zuckerberg, por exemplo, detinha 28% das ações do Facebook durante sua Oferta Pública Inicial.

Para ter suas ações disponibilizadas para investidores em potencial, a empresa precisa cumprir o demorado e rígido programa de exigências instituído e regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (ou CMV), órgão responsável pelo mercado de capitais no Brasil.

A farra das IPOs com o dinheiro do investidor

As IPOs ficaram famosas porque passaram a ser divulgadas como um negócio que pode ser bastante lucrativo e, para grandes investidores, se tornar uma verdadeira fonte de riqueza.

Isto porque quando a precificação da oferta esta adequada as ações vendidas na Oferta Pública Inicial são mais baratas e, com a especulação do mercado, podem disparar em pouco tempo. Foi assim que Warren Buffett, terceiro homem mais rico do mundo, fez sua fortuna. E por esta razão, muitos investidores iniciantes passaram a se aventurar em IPOs acreditando que todas sempre estão precificadas corretamente e serão lucrativas.

Quando o Nubank estreou na Bolsa norte-americana, suas ações custavam US$ 9 (R$ 46 na cotação atual), atingindo um valor de mercado de US$ 41,5 bilhões (R$ 231,4 bilhões). O feito a colocou à frente do tradicional do Itaú Unibanco, que na época estava avaliado em US$ 37,7 bilhões (R$ 193,3 bilhões).

GetNet tem aval de acionistas para deixar a B3

O fato foi assustador, visto que o valor de mercado do Nubank com esta precificação equivocada ficou desequilibrado. E assim, o Nubank havia se tornado, portanto, o maior banco de capital aberto da América Latina. Mas os meses seguintes não foram bons para a fintech, pois amargou quedas sucessivas na Bolsa. Agora o seu papel custa US$ 3,30 (R$ 16,90), ou seja, perdeu cerca de 63% do seu valor.

O que acontece é que uma IPO só de fato ocorre se a empresa conseguir o mínimo de investidores necessários dispostos a pagar o valor que ela pediu por ativo. Para que isso ocorra, ela precisa de uma trabalho de marketing muito forte para que os investidores sejam convencidos a comprar.

Isto foi muito bem feito, no caso destas empresas que tem deixado seus investidores na mão nos últimos tempos.

Para se ter uma ideia. Em 2021 aconteceram 46 IPOs no Brasil. Atualmente, 35 destas empresas apresentam desvalorização. Enquanto nos Estados Unidos, foram 53 IPOs no último ano e 50 delas estão desvalorizadas.

Um caso recente do mercado brasileiro foi a IPO da Getnet que entrou na bolsa e sete meses depois pediu para sair da B3. Ou seja, uma empresa pode através de uma IPO levantar um alto valor financeiro e um tempo depois, caso não ache mais interessante manter o capital aberto, fechar seu capital, pagando aos investidores que colocaram seu dinheiro nela apenas o valor que julgarem justo para o momento. Claro que precisa de aprovação dos órgãos reguladores, porém isto normalmente ocorre. Vale ressaltar, que a Getnet mesmo tendo permanecido tão pouco tempo com seu capital aberto a empresa pagou proventos aos acionistas.

Cotação da BDR da XP é muito inferior ao atual

Fonte: Investidor10

Qual o real retorno dos ativos da XPInc para o investidor?

Se formos práticos e entendermos que a grande maioria dos investidores destes ativos são pessoas que buscam conseguir melhorar o retorno de seus investimentos. Investimentos estes que são a “poupança” que eles tem para si e suas famílias. É obvio que os analistas e especialistas que recomendaram a compra destes ativos em 2020, e ainda o permanecem fazendo, não consideram alguns fatos importantes.

Embora a empresa tenha anualmente apresentado lucro considerável, ela nunca distribuiu nenhum centavo deste lucro ao seus acionistas. Em outras palavras nunca distribuiu dividendos ou juros sobre capital próprio. Desta forma, a empresa não mostra nenhum interesse em retornar o investimento ao pequeno investidor. Preparamos um vídeo onde mostramos claramente estes números e gráficos. Aproveito para ressaltar aqui, que questionamos a XP inc. para que se posicionasse sobre estas questões, porém não obtivemos nenhum retorno.

A empresa tem apresentado crescimento de patrimônio imenso, o que mostra que em termos práticos isto beneficia claramente seus “donos”, aqueles que tem o controle acionário da companhia. O valor dos ativos quando lançados no mercado aberto, tiveram um trabalho de marketing tão forte, que igual ao Nubank, encontraram pessoas dispostas a pagar por eles, um valor muito superior ao seu real valor. Fazendo desta forma, com que a empresa captasse ainda mais dinheiro pra seus objetivos particulares. Mostramos no vídeo, alguns dos recursos de marketing utilizados.

E por fim, atualmente o Grupo XP inc., é dono ou tem participação em quase todos os veículos de conteúdo sobre finanças do país. Além de corretoras, banco menores, casas de análise. Além de empregar direta ou indiretamente, a maior parte dos profissionais do mercado financeiro do país.

Sendo assim, controlam as indicações de ativos, opiniões econômicas e tudo mais. Por isto, fica claro porque você que realmente quer investir seu dinheiro nas “reais” melhores opções de investimento precisa desenvolver seu conhecimento sobre o assunto. Apenas assim, você deixará de ser co-dependente de analistas e relatórios. Você passará a utilizar as opiniões alheias apenas para validar suas convicções com base em seu conhecimento, e não mais deixará de ser “fantoche” do “marketing de vendas” do mercado.

Conteúdo com dados retirados de diferentes fontes entre elas investidor10.

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