A deputada Bia Kicis (PL-DF) protocolou nesta quinta-feira (5), junto à Comissão de Finanças e Tributação, um pedido de convocação da ministra do Planejamento, Simone Tebet.
A oposição pretende cobrar esclarecimentos sobre a posição do Brasil na decisão que concedeu um empréstimo de 1 bilhão de dólares via Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF, do nome original Comunidade Andina de Fomento) à Argentina.
LEIA: Governo retirou quase R$ 3 milhões de pessoas do Bolsa Família em 2023
“É preciso contextualizar o momento em que se deu a operação, que pode parecer trivial dentro das relações econômicas internacionais. A Argentina está a menos de 1 mês de concluir o processo eleitoral que definirá o próximo Presidente da República. Ademais, o candidato do governo Albert Fernandez, que enfrenta severa crise econômica, é o atual Ministro da Fazenda Sergio Massa, que seria diretamente beneficiado no pleito, uma vez que tal empréstimo foi utilizado para viabilizar US$ 7,5 bilhões junto ao Fundo Monetário Internacional”, justificou a deputada.
SAIBA: Imagens sobre agressão à Moraes na Itália mostram o magistrado agredindo verbalmente o acusado
Entre para o Telegram do Investidores Brasil!
Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo. Clique aqui. Se preferir siga-nos no Google News: Clique aqui.
Na quarta-feira (4), durante audiência pública na Comissão Mista de Orçamento do Congresso, Tebet negou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha lhe telefonado pedindo qualquer movimentação sobre o empréstimo. “Não é que eu não fui consultada. Eu que não consultei o presidente Lula. O presidente Lula não me ligou, não entrou em contato comigo”, disse a ministra.
AINDA: Ações de construtora desabam após empresa desembolsar milhões para imóveis do controlador
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, no entanto, afirmou que Lula procurou Simone Tebet, no final de agosto para que ela autorizasse, ainda naquele mês, a transação. O dinheiro serviria como um empréstimo-ponte para que o Fundo Monetário Internacional (FMI) liberasse 7,5 bilhões de dólares à Argentina.
Após a divulgação da matéria, governo Lula também negou que interferiu para facilitar o empréstimo, aprovada em 28 de julho pela diretoria do banco. A Argentina conseguiu 20 dos 21 votos possível pela aprovação do pedido.
O Brasil detém 40% do fundo do CAF e a Argentina já utilizou tudo o que podia e não tinha mais meios legais para utilizar o Banco.
LEIA: Juros renovam máxima com baixa confiança do investidor e bons dados de emprego nos EUA
“Diferentemente do que vem sendo repercutido, o empréstimo de 1 bilhão de dólares feito pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) não teve intervenção do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Também ao contrário do informado, o Chefe de Estado brasileiro não conversou sobre o empréstimo com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, governadora do Brasil na CAF”, diz o texto da Secretaria de Comunicação (Secom).