Trabalho de dois peritos confirma que é o padre Júlio Lancellotti que aparece em vídeos pornográficos interagindo com um jovem, à época menor de idade. Nas imagens, é possível ver o rosto do sacerdote, que alterna o enquadramento entre a face e o próprio órgão sexual.
Os vídeos foram gravados em 26 de fevereiro de 2019 e novamente periciados. O laudo foi divulgado pela Revista Oeste.
O laudo, com 79 páginas, traz análise dos frames dos vídeos após realização de exames prosopográficos, técnica que identifica as características faciais e do ambiente.
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Em 2020, o padre chegou a ser denunciado após as imagens circularem pela internet, mas o Ministério Público arquivou o processo alegando “falta de materialidade”.
Recentemente a Câmara de Vereadores de São Paulo busca assinaturas para uma CPI da qual ele também se tornou alvo.
Nas imagens encaminhadas à perícia, aparecem trocas de mensagens entre Lancellotti e o jovem menor de idade. Os dois falam sobre a instabilidade da ligação, feita pelo aplicativo WhatsApp. Há ainda conversas com teor sexual, como ereção e questionamentos sobre o coito.
A assessoria de imprensa da Arquidiocese de São Paulo ainda não se manifestou sobre o assunto. O texto será atualizado assim que houver resposta.
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Moraes demonstrou apoio ao padre Lancellotti
A CPI foi protocolada em 6 de dezembro e recebeu 25 assinaturas, o suficiente para sua instalação. Ninguém pode retirar assinatura, mas todos podem votar contra a CPI.
Em plenário, serão necessárias duas votações: a primeira para aprovar a criação de uma nova CPI na Câmara Municipal, e a segunda, para criar e instalar a CPI das ONGs. Ambas necessitam de 28 votos dos 55 vereadores.
O texto do requerimento para a criação da CPI não traz claramente quais entidades e pessoas serão investigadas. Diz apenas que tem a finalidade de investigar ONGs “que fornecem alimentos, utensílios para o uso de substâncias ilícitas e tratamento dos dependentes químicos que frequentam a região da Cracolândia”.
Entretanto, dez vereadores desistiram de apoiar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal de São Paulo que pretende investigar a atuação de organizações não governamentais (ONGs) e do padre Júlio Lancellotti em ações sociais no centro da capital paulista.
O recuo aconteceu justamente após o autor da proposta, o vereador Rubinho Nunes (União Brasil), declarar que o principal alvo da CPI seria o religioso. Vereadores que haviam assinado o requerimento disseram ter sido enganados, pois a minuta só falava nas ONGs.
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“Júlio Lancelotti atua como um cafetão, distribui marmita mas não faz nada para salvar ninguém, essas ONGs têm apoio de políticos, tudo isso tem que ser investigado”, disse Rubinho em suas redes sociais, após garantir o número necessário para protocolar a CPI.
Por meio de nota, o religioso disse que as CPIs são legítimas, mas informou que não pertence “a nenhuma organização da sociedade civil ou organização não governamental que utilize convênio com o Poder Público Municipal”. Na época Lacellotti afirmou que o ministro Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, ligou pessoalmente para manifestar solidariedade a ele e se oferecer para o que for necessário.
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