Porsche Cup vira exercício de estratégia para empresários, em entrevista pilotos-empresários falam quais são as lições que eles levam das pistas para os negócios. Na Porsche Cup, os carros são iguais e recebem a mesma preparação: vence a corrida quem tiver mais braço e a melhor estratégia.
Paulistano de Higienópolis, durante a infância sua principal diversão era Autorama. Disputava corridas em carros de brinquedo contra o irmão Pedro no sítio e, na hora de jogar Super Trunfo a carta com Porsche era sua favorita. Chegou a conhecer Ayrton Senna na inauguração de um kartódromo em Tatuí. Seu pai trabalhava no Banco Nacional, patrocinador de Senna. Este é Francisco Horta, de 43 anos, que fundou a Ímpar Investimentos em 2011 quando voltou de Londres para o Brasil. “Trabalho em mercado financeiro, gestão de patrimônio de família, tomo riscos calculados” , explicou ele.
Contudo, Horta traça um paralelo entre o estudo dos dados de telemetria do carro, desempenho na pista, câmera onboard para ver movimento de pernas e braços com a análise que é necessária no mundo dos negócios. No mundo dos negócios o benchmark, onde estão os pontos fracos da empresa, o que dá para melhorar para uma performance ainda melhor.
Um ano de empresa x Porsche Cup
Para Leonardo Sanchez “uma etapa do campeonato da Porsche Cup pode ser comparada ao desempenho de um ano de uma empresa. Nos primeiros movimentos do treino de quinta-feira, é importante uma boa comunicação com a equipe inteira, atenção aos ajustes, características da pista, alinhamento dos objetivos…
No entanto, Sanchez de 37 anos, CEO Global da Under Skin e acionista do Grupo NC, holding do setor farmacêutico , sempre gostou de carros. E quando criança gostava de brinca de embalar remédios na empresa do avô.
Entretanto, seguindo a correlação o empresário explica “a adrenalina vai aumentando até a hora da prova, quando será possível saber se a empresa bateu a meta ou não. Se você foi mal, é como se todos perdessem um ano de faturamento.”
Veja também: Estratégias profissionais para 2021
No entanto, o empresário não teve o automobilismo como primeira opção. “Muita gente me puxou para o golfe… Fiz aula, me empenhei, mas não estava feliz. Aí, um amigo, que corria a Stock Light, deu a ideia: por que você não vira piloto? Fiz curso, consegui uma vaga na Stock Light. Em contrapartida, ele explica seu início em corridas. “Logo vi algo em comum muito interessante entre os pilotos: são empresários que querem ir além dos limites, gente que não se conforma e busca melhorar sempre.”
Em adição ao time esta aos 40 anos Rodrigo Mello, o advogado, sócio e fundador do escritório Melcheds. Escritório referência em transações de fusão e aquisição e negócios envolvendo energia solar. A paixão por velocidade e por carros teve início aos 9 anos, quando dedicou um ano ao kart – parou porque os pais se separaram.
De acordo com mello, “advogado é competitivo por essência – você imagina advogado-piloto”, diz o fã de Piquet e Senna. “Foco e determinação são qualidades desenvolvidas nos dois ambientes. Mas, como estou na advocacia desde os 15 anos, meus defeitos e instabilidades surgem com mais facilidade na pista – e é aí que me fortaleço para o trabalho.