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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu nesta segunda-feira (23) um prêmio da iniciativa GoalKeepers, da Fundação Bill e Melinda Gates, em Nova Iorque. Na ocasião, Lula foi recebido como vencedor de uma premiação pela “luta contra a fome e a pobreza”.

No evento, o petista disse que, até 2026, quer o Brasil “sem fome” e defendeu a incumbência do Estado para atender “os mais pobres”. Lula também afirmou que o rico e a classe média não precisam do Estado.

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– O rico não precisa do Estado. A classe média alta não precisa do Estado. Quem precisa do Estado são as pessoas que não tiveram oportunidade de estudar, que não têm uma profissão, que não conseguiram inventar uma Microsoft, que não têm condições – declarou.

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O chefe de Estado também comentou a guerra no Oriente Médio e voltou a defender que seja criado um Estado palestino.

– O mundo está desgovernado. Ninguém respeita ninguém (…). E a ONU, que, quando foi criada, teve força para criar o Estado de Israel, a ONU hoje não coragem de criar o Estado palestino – apontou.

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Falas de Lula não são verdadeiras sobre a fome no Brasil

Em uma conversa com Bill Gates, fundador da Microsoft, Lula declarou ter “acabado com a fome” no Brasil em 2014 e afirmou que, em apenas 1 ano e oito meses de seu terceiro mandato, retirou 24,5 milhões de brasileiros da fome. Durante o encontro, Lula também se comprometeu a erradicar a fome no país até 2026, destacando que assumiu o governo em 2023 com 33 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar.

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Esses números são baseados no 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19, publicado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan) em 2022.

Dados em Cheque

Lula citou que o Brasil saiu do “Mapa da Fome” da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em 2014, durante seu segundo mandato, mas voltou a aparecer em 2019. Contudo, a FAO não utiliza mais o “Mapa da Fome” como fonte principal de dados de subalimentação, optando por outras abordagens.

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A pesquisa que embasa o número de 33 milhões de brasileiros passando fome, no entanto, é criticada por falhas metodológicas. Conforme analisado pela Revista Oeste, o levantamento comparou dois inquéritos com amostras diferentes. O primeiro foi realizado em dezembro de 2020, no início da pandemia, em 2.180 lares e indicou que 9% da população (ou 19 milhões de pessoas) enfrentava insegurança alimentar. Já a segunda pesquisa, feita entre novembro de 2021 e abril de 2022, visitou 12.745 domicílios, indicando que 15% da população (ou 33 milhões) estava em situação de fome.

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O cientista de dados Leonardo Dias destacou erros no levantamento, apontando que foi usada a PNAD de 2015, quando a de 2021 já estava disponível, com diferenças significativas na distribuição de renda. Dias também questionou a representatividade da amostra, sugerindo uma superestimação da insegurança alimentar nas Regiões Norte e Nordeste e subestimação no Sul e Sudeste.

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Relatório da ONU

O relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo” da FAO, divulgado em julho de 2023, trouxe dados divergentes sobre a fome no Brasil. Segundo o estudo, entre 2021 e 2023, 8,4 milhões de pessoas enfrentaram a fome no país, enquanto 39,7 milhões viveram em algum grau de insegurança alimentar, sendo 14,3 milhões em estado severo.

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Globalmente, a fome permaneceu estável nos últimos três anos, afetando entre 713 e 757 milhões de pessoas em 2023, o que equivale a uma em cada 11 pessoas no mundo.

Apesar das declarações de Lula, os números da FAO sugerem um cenário mais complexo e menos otimista no combate à fome no Brasil.

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Lula usa ONU para criticar Elon Musk que não estava na pauta

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mandou uma indireta para o bilionário Elon Musk, proprietário da rede social X e da Starlink, durante a abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, na terça-feira (24).

“O futuro de nossa região passa, sobretudo, por construir um Estado sustentável, eficiente, inclusivo e que enfrenta todas as formas de discriminação. Que não se intimida ante indivíduos, corporações ou plataformas digitais que se julgam acima da lei”, declarou. “A liberdade é a primeira vítima de um mundo sem regras”, acrescentou.

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O brasileiro ainda se justificou dizendo que legislar e obrigar o cumprimento das leis são ações necessárias para manter a soberania do país. “Elementos essenciais da soberania incluem o direito de legislar, julgar disputas e fazer cumprir as regras dentro de seu território, incluindo o ambiente digital”, alfinetou Lula.

O brasileiro, à ocasião, reforçou a cobrança dirigida aos líderes mundiais por apoio no combate à fome e às mudanças climáticas. Ele também disse que os países fracassam no cumprimento das metas de desenvolvimento sustentável previstas na Agenda 2030 da ONU — um pacto global da cultural woke globalista e divisionista.

Gates e Musk são ideologicamente rivais, visto que Musk é anti woke. Mas a verdade é que os primeiros desentendimentos surgiram em 2020, no início da pandemia de covid-19. Enquanto Gates investia em vacinas e ganhou fortunas com elas, e outras medidas de combate ao vírus.

Musk mostrava a verdade além de promover a hidroxicloroquina como tratamento e questionar a precisão dos dados de mortes por COVID-19.

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