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Uma força-tarefa do Ministério Público do Trabalho, da Polícia Federal e de outras organizações resgatou 163 trabalhadores em “condições análogas à de escravos” e interditou parcialmente as obras para construção de uma fábrica da montadora BYD em Camaçari, na Bahia. Segundo comunicado divulgado nesta segunda-feira 23, operários estavam em condições precárias, dormindo em camas sem colchões e com um banheiro para cada 31 pessoas.

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Uma das empreiteiras contratadas para realizar a obra é a Jinjiang Group –que participará de audiência com o Ministério do Trabalho e com o Ministério Público do Trabalho na terça-feira 26. para apresentar providências a serem tomadas para regularizar a situação. “As condições encontradas nos alojamentos revelaram um quadro alarmante de precariedade e degradância.

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No primeiro alojamento da Rua Colorado, os trabalhadores dormiam em camas sem colchões, não possuíam armários para seus pertences pessoais, que ficavam misturados com materiais de alimentação. A situação sanitária era especialmente crítica, com apenas um banheiro para cada 31 trabalhadores, forçando-os a acordar às 4h para formar fila e conseguir se preparar para sair ao trabalho às 5h30”, diz o Ministério Público do Trabalho.

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Na imagem, um dos alojamentos que recebia operários para construção da fábrica na Bahia…

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A nota do MPT afirma que as instalações ficam interditadas até a “completa regularização” da situação com os órgãos que compõe a força-tarefa. A BYD disse ter recebido notificação do Ministério Público do Trabalho de que a construtora terceirizada Jinjiang “havia cometido graves irregularidades” e, então, rescindiu o contrato com a Jinjiang.

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A BYD em nota reafirmou que não tolera desrespeito à lei brasileira e à dignidade humana. Diante disso, a companhia decidiu encerrar imediatamente o contrato com a empreiteira para a realização de parte da obra na fábrica de Camaçari e estuda outras medidas cabíveis”, escreveu a BYD. A empresa disse também que os funcionários da terceirizada não serão prejudicados por essa decisão e determinou que os 163 trabalhadores sejam transferidos para hotéis da região.

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Acima, cozinha de um dos alojamentos que abrigava funcionários que trabalhavam em instalação de fábrica da BYD…

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Autoridades e imprensa estiveram presentes nas obras onde chineses estão trabalhando

Em evento no início desde mês para imprensa em sua fábrica localizada em Camaçari (BA), onde os chineses escravos foram encontrados, algumas declarações de autoridades foram feitas e seguem abaixo. As obras na fábrica, que iniciaram há nove meses, seguem em ritmo acelerado. A fase 1.1 do projeto – com galpão para montagem e carros, fábrica de inspeção final e as pistas de teste de velocidade e obstáculos – tem conclusão marcada para após o Carnaval de 2025 – em março, portanto.

A fase 1.2 contempla a produção completa de veículos elétricos e híbridos, ainda com a construção de 28 novas edificações e 2 pátios. A produção plena dos modelos deve começar ainda em 2025. A nova planta terá capacidade para produzir até 150 mil veículos por ano na primeira fase de operação e 300 mil unidades na segunda fase.

Stella Li, CEO Américas e Europa e vice-presidente executiva global da BYD, disse: “com a contratação de 10 mil trabalhadores, estamos não apenas impulsionando a economia local, mas também contribuindo para o desenvolvimento de uma cadeia de valor mais verde e eficiente. A BYD está transformando Camaçari no Vale do Silício da América Latina. Estamos construindo um grande centro de P&D, treinando engenheiros e técnicos locais para liderarem em inovação. E isso é apenas o começo”.

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Presente no evento, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), falou: “importante para a Bahia e para o Brasil ver o avanço na instalação do complexo fabril da BYD em Camaçari.Este projeto simboliza a atração de investimentos, geração de emprego e renda, avanço tecnológico e o desenvolvimento sustentável que trabalhamos diariamente para promover em nosso estado. Estamos fazendo acontecer essa revolução no presente, com o olhar voltado para o futuro, e os investimentos vão continuar ampliando nossa capacidade de gerar oportunidades para baianos e baianas”.

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Em 3 de dezembro, a BYD disse que solicitou o cancelamento do visto das pessoas envolvidas em exploração de trabalho na construção da nova planta da montadora em Camaçari, na Bahia. A obra está onde era a Fábrica da Ford e foi entregue para a BYD que agora emprega chineses como escravos, e estão no Brasil tirando emprego de brasileiros.

Uma reportagem da Agência Pública apontou que trabalhadores chineses de empresas terceirizadas estariam sendo submetidos a jornadas de até 12 horas diárias, sem folga semanal e sem acesso à água potável. Há relatos de agressões físicas por parte de superiores, incluindo chutes.

A BYD até o momento não explicou porque contratou a terceirizada chinesa nem tão pouco porque não emprega brasileiros, visto que a Bahia tem muitos desempregados. O governo Lula não se pronunciou sobre o fato de fornecer visto para chineses virem trabalhar no Brasil no lugar que ele afirmou que seria para gerar emprego para brasileiros.

O espaço permanece aberto para atualizações e respostas dos envolvidos.

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