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O SUV elétrico foi entregue em forma de comodato ao governo durante a apresentação do plano de investimentos. A BYD apresentou ao governo federal nesta quarta-feira (24) os detalhes do plano de investimentos para o Brasil. Em encontro com o presidente Lula, executivos da montadora aproveitaram a ocasião para ceder o SUV elétrico BYD Tan em forma de comodato para uso oficial da presidência.

O governo Lula abre as portas do Brasil para a montadora chinesa em momento onde as montadoras que já operam no Brasil enfrentam dificuldades, mesmo com os benefícios oferecidos pelo governo.

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O presidente comentou sobre a reunião em suas redes sociais:

“Pela manhã, recebi representantes da BYD Brasil, empresa de automóveis elétricos, que vai criar sua primeira fábrica fora da Ásia no Brasil. Além da entrega de um carro elétrico para uso da Presidência da República, a BYD apresentou um relatório detalhado do plano de investimentos no Brasil, com foco na construção da fábrica de carros em Camaçari, na Bahia. Estima-se que serão mais de 10 mil postos de trabalho criados e R$ 3 bilhões de investimentos, fomentando a economia local e contribuindo para uma maior produção de veículos sustentáveis a partir de energia limpa. O Brasil com mais investimentos construindo o futuro”.

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Na ocasião, os executivos da BYD, montadora de carros chinesa, apresentaram um relatório do plano de investimentos da montadora chinesa no Brasil. Ele inclui, sobretudo, o investimento de R$ 3 bilhões para a construção da fábrica de carros elétricos e híbridos plug-in em Camaçari (BA) com meta de produção de 150.000 unidades por ano, incluindo uma linha de montagem de baterias de lítio.

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Segundo relatado, a Presidência da República recebeu o veículo elétrico em regime de comodato, com previsão de encerramento em 23 de janeiro de 2025, quando o modelo será devolvido à fabricante – a casa Civil informa em nota que a cessão do veículo não representa nenhum ônus para a Presidência da República.

Além disso, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, um dos responsáveis pela articulação para que a BYD adquirisse a fábrica que pertencia à Ford, recebeu, também em comodato, um BYD Song Plus para uso oficial pelo governo da Bahia.

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Para onde vai o investimento de R$ 3 bilhões e quantos empregos serão gerados?

São muitas as dúvidas em torno deste negócio da BYD no Brasil, isto porque as informações são contraditórias. Em novembro de 202, a BYD assinou um protocolo de intenções com a Bahia que prevê empregar 1.200 pessoas e investir de R$ 3 bilhões na criação de três fábricas: uma para automóveis, outra de caminhões e ônibus e uma última de beneficiamento de lítio (elemento usado nas baterias de elétricos e híbridos). Atualmente a empresa produz veículos pesados e painéis em Campinas (SP). Porém, na época a fábrica da Ford ainda não estava no negócio.

Note-se que Lula afirmou em seu twitter que a empresa vai gerar 10 mil empregos, como isso seria possível? Não ficou claro também como será gasto o valor anuncia do de R$ 3 bilhões para construção, visto que o governador da Bahia entregou a fábrica da Ford para a BYD, uma fábrica totalmente funcional, então o que mais será construído?

Na informações fornecidas pela empresa e Lula atualmente, a unidade mencionada anteriormente que iria produzir chassis de ônibus e caminhões elétricos não foi mais mencionada.

Já em agosto de 2023 a Ford finalmente entregou sua fábrica de Camaçari ao governo da Bahia e abriu o caminho para que a gestão Jerônimo Rodrigues (PT) feche oficialmente um acordo com a BYD. No começo de julho, o governador anunciou que a empresa chinesa fabricaria carros elétricos no local, mas nada foi confirmado desde então.

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Em nota emitida em agosto de 2023 a Ford diz que o “processo de entrega da fábrica para o estado seguirá a legislação vigente, que prevê posterior indenização para a empresa em valores compatíveis com o mercado. O acordo tem a finalidade de simplificar e agilizar o processo de transição de propriedade da fábrica, contribuindo para geração de valor ao Estado e à comunidade baiana.”

Porém, tudo indica que o governo da Bahia não pagou nada pela fábrica e nada foi declarado até o momento.

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