Durante o início da conferência climática da ONU em Belém (PA) COP30, em novembro de 2025 — uma manifestação organizada por movimentos de esquerda terminou em confronto físico e deixou dois seguranças feridos. O episódio, registrado em vídeo e amplamente compartilhado nas redes sociais, escancarou uma tensão interna entre o discurso oficial do governo Lula sobre sustentabilidade e a prática adotada na organização do evento.
LEIA: Taesa reporta crescimento de 52% no lucro beneficiado pelo reajuste de tarifa de energia
O protesto e o confronto
O ato foi promovido por militantes ligados a movimentos sociais e ambientais que reivindicam maior participação popular na COP30 e denunciam o que consideram uma “elitização” do evento. Os manifestantes tentaram acessar áreas restritas do Hangar Centro de Convenções, onde ocorrem reuniões preparatórias, e foram contidos por seguranças privados. A tentativa de invasão resultou em agressões físicas, deixando dois profissionais feridos.
MAIS: Patria se prepara para vender participação na Smart Fit
- Os manifestantes alegam que foram reprimidos de forma violenta.
- Os seguranças atingidos receberam atendimento médico e passam bem.
- A Polícia Militar foi acionada, mas não houve prisões.
Sustentabilidade em xeque
O governo Lula tem promovido a COP30 como símbolo de compromisso ambiental e liderança global na pauta climática. No entanto, denúncias de superfaturamento em obras, exclusão de movimentos sociais e repressão a protestos colocam em dúvida essa narrativa.
- Investigações apontam irregularidades em contratos ligados à infraestrutura da COP30.
- Movimentos sociais acusam o governo de priorizar interesses políticos e empresariais em detrimento da participação popular.
- A manifestação foi uma resposta direta à falta de diálogo com grupos historicamente aliados ao governo.
Contradição dentro da esquerda
O episódio revela uma fissura dentro da própria base ideológica do governo. Embora o presidente Lula represente a esquerda no poder, os manifestantes também se identificam com pautas progressistas e cobram coerência entre o discurso e a prática.
Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo pelo telegram Clique aqui. Se preferir siga-nos no Google News
- A crítica não vem da oposição tradicional, mas de setores que ajudaram a eleger o atual governo.
- A repressão ao protesto levanta questionamentos sobre o compromisso real de Lula com a democracia participativa e a justiça ambiental.
MAIS: Congresso libera e Banco Central regula o mercado cripto, veja o que muda
Repercussão internacional
O Brasil corre o risco de comprometer sua imagem como anfitrião da COP30. A conferência, que deveria ser um marco de união em torno da sustentabilidade, começa a ser marcada por conflitos internos e denúncias que fragilizam a credibilidade do evento.
A COP30, antes vista como vitrine ambiental do governo Lula, agora se transforma em palco de cobranças por coerência, transparência e inclusão — vindas justamente de quem compartilha os mesmos ideais.












