Entenda o impacto da crise na Rússia nos mercados globais. A revolta de Yevgeny Prigozhin, lider do Grupo Wagner, contra o Estado russo explodiu e recuou no espaço de 24 horas, mas investidores se perguntam nesta segunda-feira (26) se as consequências de seu motim de curta duração podem reverberar por muito mais tempo, inclusive nos mercados de commodities e ações de forma global.
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A Rússia é uma importante fornecedora de commodities. O país é o segundo maior exportador de petróleo do mundo, atrás da Arábia Saudita. E também o maior exportadora de trigo, com Rostov – região epicentro da revolta – em segundo lugar entre as suas regiões produtoras, e lar dos portos do rio Don, que ligam navios exportadores de grãos com o Mar de Azov.
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Além disso, vários oleodutos de petróleo e gás passam pela região de Rostov. Um desses oleodutos, o Kuibyshev-Tikhoretsk, pode fornecer 0,8 milhão de barris por dia ao porto de Novorossiisk, na região de Krasnodar, o maior porto de exportação de petróleo da Rússia no Mar Negro.
Caso houvesse uma escalada, as commodities energéticas seriam o primeiro a sentir o impacto. “Para o setor de aviação, por exemplo, seria ruim, pois impactaria diretamente no preço da querosene e algumas empresas de materiais básicos – como fertilizantes e siderurgia”. Claramente o Brasil também poderá se afetado nestes aspectos.
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Vários investidores e analistas entendem que o cenário é de cautela. “Esse evento é importante e tem espaço pra impactar o mercado de commodities, o efeito ainda é inicial mas todos os investidores estão monitorando o desdobrar. Pode gerar pressões inflacionárias que seriam incômodas nesse momento do ciclo econômico das principais economias.
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Os preços do petróleo operavam em alta nesta segunda-feira, 26, com o mercado avaliando sobre a ameaça da oferta de petróleo de um dos maiores produtores da commodity do mundo. Por volta das 16h06 de Brasília, o petróleo WTI, negociado em Nova York, subia 0,56%, a US$ 69,55 por barril, enquanto o petróleo Brent, referência mundial de preço cotado em Londres, se valorizava 0,66%, a US$ 74,50.
Com Reuters