Quebradeira de empresas e insolvência deve crescer 29% em 2023. No Brasil, as falências e recuperações judiciais devem aumentar 29%. Ainda que a estimativa esteja acima da média global, o país, onde a previsão é de 2,4 mil empresas nessa situação neste ano, segue, junto com China e Itália, no grupo cada vez mais reduzido de economias onde o nível de insolvência é considerado baixo pelos especialistas em economia e finanças da Allianz Trade.
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O diretor de risco da seguradora, Felipe Tanus, observa que as empresas estão sendo negativamente afetadas pelo contexto de menor atividade econômica no mundo, baixa na demanda por commodities, juros elevados e inflação persistente.
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Além da demanda fraca, a pressão prolongada sobre a rentabilidade devido ao excesso de gastos, os colchões financeiros mais fracos e as condições financeiras mais apertadas estão testando a resiliência de companhias mais frágeis, sobretudo aquelas com menor poder de negociação de preços.
O relatório cita como exemplo o varejo especializado em vestuário e eletrodomésticos, além de serviços como restaurantes e setores mais sensíveis ao aumento de juros, como construção e bens de consumo duráveis.
Os analistas da Allianz Trade observam que as preocupações com a estabilidade financeira elevaram riscos corporativos e contribuem a uma aceleração, de forma mais ampla, da insolvência nos negócios.
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Existe o temor com a recessão, assim como as rupturas nas cadeias de produção, as empresas, frisam os autores do relatório, ainda estão enfrentando pressões contra a rentabilidade em meio ao aperto de crédito, após a turbulência em bancos dos Estados Unidos e da Europa. No saldo final, o balanço de riscos piorou.
No Brasil, os gastos do governo extremamente elevados, criação de muitos ministérios e também a elevação dos impostos e tributos tem preocupado economistas e empresas. A reforma tributária pode definitivamente por fim a muitas empresas que não terão fôlego para continuar.
O retorno dos impostos sobre gasolina e diesel já pesam na economia brasileira como um todo e impactam nas vendas, frete e resultado das empresas.
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O mundo em crise
Metade dos países analisados no estudo deve superar em 2023 os níveis de insolvência de antes da pandemia. Só nos Estados Unidos, o número de empresas insolventes – ou seja, sem capacidade de honrar seus compromissos financeiros – tende a superar 20 mil, como resultado de condições financeiras que, na avaliação dos autores do relatório, devem empurrar o país a uma recessão. Na Europa, espera-se que o número chegue a 59 mil na França, 28,5 mil no Reino Unido e 17,8 mil na Alemanha.
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expectativa é que o consumo seguirá abaixo do mínimo necessário para estancar o avanço da inadimplência das empresas. O estudo tem como premissa um crescimento de 2,2% da economia global, considerando que os Estados Unidos não conseguirão evitar a recessão até o fim do ano, ao passo que a recuperação na zona do euro deve ser tímida em 2023 e 2024. Conforme as estimativas da Allianz Trade, a zona do euro e os Estados Unidos precisariam de um impulso adicional entre 1,3 e 1,5 ponto porcentual no Produto Interno Bruto (PIB) para estabilizar o número de insolvências.
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