Nesta sexta-feira 8, o Estadão publicou em notas algumas observações sobre o caso entre Venezuela e Guiana. Para o periódico, independentemente de se isso é um teatro ou se há intenção real de uma invasão, essas medidas violam o direito internacional e exigem repreensão dura e inequívoca, e mobilizações para estabelecer sanções à agressão política e à potencial agressão militar. Mas a apatia do Brasil e de instâncias multilaterais como a Organização dos Estados Americanos salta aos olhos.
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Ainda segundo o jornal, o Brasil deslocar tropas a Roraima foi medida indispensável para proteger as fronteiras nacionais, mas não implica condenação nem punição das manobras ilegais da ditadura chavista, muito menos dissuasão de uma potencial agressão militar. O silêncio no Planalto é ensurdecedor e já deixou de ser obsequioso, arriscando-se a se tornar cúmplice.
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A tensão marcial servirá de pretexto a Maduro para apertar os grilhões de sua ditadura, mas a invasão é improvável. A assimetria é brutal: a Guiana não tem Forças Armadas; a Venezuela tem o apoio e armas de agentes do caos, como Cuba e Rússia. Mas a região, com densa floresta, impõe dificuldades operacionais e há dúvidas se as Forças Armadas venezuelanas estão dispostas, tanto mais considerando o apoio dos EUA à Guiana.
O presidente Lula disse esperar que “o bom senso prevaleça”. Mas a truculência de Maduro rasgou essa fantasia. Querendo mostrar força, Maduro expôs sua fraqueza. Mas déspotas desesperados são mais, não menos, perigosos.
Para o Estadão “o líder petista se esquivou de tratar seu companheiro como o pária que é. Ao contrário, segue prestigiando Maduro como líder da vanguarda esquerdista contra a opressão imperialista. Agora que o tirano de seu povo exibe as garras de agressor de outro povo, essa fantasia também se rasgou. A complacência do chefe de Estado brasileiro é imoral e, no limite, a depender da ousadia de Maduro – por exemplo, atravessando Roraima para alcançar a Guiana –, poderá até ser crime de responsabilidade”, conclui.
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