Agenda do mercado tem fiscal além de inflação e IOF no Brasil, EUA com guerra comercial e balanço

A semana entre os dias 8 e 13 de junho será movimentada no Brasil e no exterior. A lista de indicadores econômicos é menor do que o habitual para uma semana intensa, porém o grosso das divulgações ao redor do mundo refere-se à inflação. As questões políticas são um adicional relevante no radar dos investidores, com nova rodada de reunião entre representantes americanos e chineses, agora em Londres, e o anúncio de um novo pacote fiscal pelo governo brasileiro para substituir o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

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Os investidores mal vão descansar no fim de semana. Ainda no sábado (7) de manhã, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), fará uma apresentação em um evento do grupo empresarial Esfera. O presidente do Conselho, João Camargo, afirmou, na abertura do evento na sexta-feira, que Motta “vai realizar um discurso histórico”, para anunciar medidas a serem implementadas com o Senado, presidido por Davi Alcolumbre (União-AP).

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No domingo, é esperado o anúncio do novo pacote fiscal pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após reunião com líderes do Congresso. As novas medidas visam substituir as receitas que viriam do aumento do IOF. Especula-se que haverá um combo de medidas de aumento de arrecadação com corte de despesas, embora não esteja descartada a possibilidade de manutenção de um resquício de alta do IOF.

Ainda no domingo, o Japão apresenta a leitura final do Produto Interno Bruto (PIB) do 1º trimestre de 2025. A expectativa é de contração de 0,2% no período em relação ao trimestre anterior, após ter subido 0,6% nos três últimos meses de 2024 em relação aos três meses anteriores.

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Na China, espera-se persistência das pressões deflacionárias em meio à competição de preços e ao corte de custos na segunda maior economia do mundo. A inflação ao consumidor de maio deve recuar de 0,1% para 0,2% no acumulado de 12 meses, enquanto a inflação ao produtor deve aprofundar a queda anual de 2,7% para 3,2%.

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Na segunda-feira, os dados do setor externo de maio da China são o destaque. A expectativa é de aumento do superávit comercial do país, com desaceleração na alta das exportações e continuidade da queda das importações. A projeção é que o superávit comercial tenha subido de US$ 96,1 bilhões em abril para US$ 101,3 bilhões em maio, com o crescimento das exportações desacelerando de 8,1% para 5%, enquanto a queda das importações tenha acelerado de 0,2% para 0,9%.

Mesmo sob as incertezas das tarifas dos EUA aplicadas às exportações chinesas, o comércio exterior continua sendo o motor de crescimento do país. No mesmo dia, os secretários dos EUA Scott Bessent (Tesouro) e Howard Lutnick (Comércio) se encontram em Londres com representantes chineses para continuar a negociação comercial entre os dois países, segundo informou nesta sexta-feira (6) o presidente Donald Trump em sua rede social Truth Social.

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Na terça-feira, será divulgada o IPCA de maio no Brasil. A expectativa é de desaceleração, em linha com o que foi observado na prévia da inflação do mês divulgada no fim de maio. O Banco Daycoval calculou que o IPCA tenha avançado 0,33% no mês passado ante abril, com alta de 5,39% no acumulado de 12 meses. A inflação de maio deve ter sido puxada pelos preços administrados, como gasolina e eletricidade, segundo o Banco Daycoval. O número mais comportado teria vindo da deflação de passagens aéreas e acomodação do preço dos alimentos.

No mesmo dia, o presidente do Banco Central do Brasil (BC), Gabriel Galípolo, realiza um discurso na Febraban Tech, em São Paulo. Como é um evento de tecnologia, não se sabe se Galípolo vai restringir sua apresentação à agenda de inovação do BC ou se também vai mencionar algo sobre política monetária.

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Na quarta-feira, será divulgada a inflação ao consumidor de maio dos EUA, com expectativa de aceleração. Espera-se que o CPI tenha se mantido com alta de 0,2% em maio na base mensal, porém com aceleração de 2,3% em abril para 2,5% no mês passado. Em relação ao núcleo de inflação, que exclui o preço de itens voláteis como alimentos e energia, teria havido um avanço de 0,2% para 0,3% na base mensal e de 2,8% para 2,9% no acumulado de 12 meses.

Essa projeção de aceleração também se espera no dia seguinte, com a divulgação da inflação ao produtor. O PPI teria saído de uma deflação de 0,5% em abril para uma alta de 0,2% na base mensal, enquanto que no acumulado de 12 teria havido um avanço de 2,4% para 2,6%. Já o núcleo teria também saído de uma deflação de 0,4% para um avanço de 0,3%, embora com uma desaceleração de 3,1% para 3% no acumulado de 12 meses.

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Nos dois últimos dias da semana, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentará os números das vendas no varejo e do volume de serviços de abril no Brasil. A estimativa é de recuo de 0,6% na base mensal para as vendas no varejo, segundo cálculos do UBS. Na base anual, o crescimento deve ter sido de 4%. Enquanto a expectativa para o volume de serviços é de alta de 0,2% em relação ao mês anterior, e 1,7% na base anual.

Não haverá discursos das autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) durante a semana. Com a aproximação da data da próxima reunião de política monetária, em 18 de junho, os membros do banco central americano entram em período de silêncio.

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