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Amazônia tem desmatamento recorde em fevereiro. Mesmo antes do fim do mês, alertas de desmatamento superaram recorde do ano anterior. Especialista diz que dados podem refletir detecção limitada em janeiro devido à cobertura de nuvens. O desmatamento da Amazônia já bateu recorde para o mês fevereiro, segundo dados do sistema de alerta divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta sexta-feira (24/02). Os números da devastação devem ainda subir, pois o recorde foi batido antes do fim do mês.

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Segundo os dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), até o dia 17 de fevereiro foram desmatados 209 km² de floresta. Essa já é a maior marca registrada desde o início da série histórica, em 2015, e corresponde a mais de 29 mil campos de futebol.

O recorde anterior para o mês havia sido registrado no ano passado, quando 198,6 km² foram desmatados em fevereiro. Neste ano, o estado do Mato Grosso concentrou a maior área desmatada, 129, 4 km², seguido de Pará (33,9 km²) e Amazonas (23,1 km²).

O recorde atual vem após uma queda registrada em janeiro. No mês anterior, o Deter apontou um desmatamento de 167 km² – 61% a menos do que o registrado no mesmo período do ano passado. Na época, especialistas afirmaram que os números deveriam ser vistos com cautela, pois houve um alto índice de cobertura de nuvens, que dificulta o monitoramento por satélites.

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Esses foram os primeiros dados sobre desmatamentos divulgados no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que prometeu combater a devastação na região e fez da proteção da floresta uma de suas principais bandeiras. A ministra Marina Silva, também discursa constantemente em sua redes sociais pelo fim do desmatamento, porém ainda não comentou sobre os números atuais.

O monitoramento das áreas é feito pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²), alertando tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação, com extração ou queimadas.

A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro, e engloba a área total de oito Estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.

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De acordo com os dados do Inpe, os Estados que mais desmataram em fevereiro, até o dia 17, são Mato Grosso (129 km²), Pará (34 km²) e Amazonas (23 km²).

Vejas as áreas sob alerta de desmatamento na Amazônia Legal em fevereiro, entre 2015 e 2023, conforme dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Inpe:

2016 — 115 km²
2017 — 101 km²
2018 — 146 km²
2019 — 138 km²
2020 — 186 km²
2021 — 123 km²
2022 — 199 km²
2023 — 209 km² (até 17/2)

Em janeiro, os dados do Inpe mostraram queda do desmatamento na região. Os alertas foram para 167 km², o que representava uma queda de 61%, em relação ao mesmo período de 2022. Porém, técnicos afirmaram que o número poderia não corresponder à realidade, em razão de maior cobertura de nuvens no período, que impediram a verificação completa do desmatamento.

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“A queda observada nos dados de desmatamento, em janeiro, deve ser interpretada com cautela, pois a cobertura de nuvem registrada nesse período é a maior dos últimos seis anos para o início do ano. A cobertura de nuvem pode aumentar o tempo de detecção pelo Sistema Deter, que usa imagens de satélites com sensores ópticos”, disse Daniel Silva, especialista em conservação ambiental, em entrevista ao G1.

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O governo Lula ainda não se pronunciou sobre o triste recorde. Tanto o presidente quanto petistas e aliados do partido sempre foram críticos da política ambiental do governo de Jair Bolsonaro. Em debate promovido pela TV Globo, durante a campanha, Lula disse que a administração de seu antecessor estava “desmatando” a Floresta Amazônica.

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