A forte queda do petróleo nesta segunda-feira, 8, tem como pano de fundo a redução de preços do barril de Arab Light (LIGT3) pela Arábia Saudita para clientes da Ásia no domingo, mas as tensões no Oriente Médio continuavam no radar, com os investidores atentos a possíveis interrupções na oferta da região.
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No Brasil as empresas de petróleo tem queda superiores a 2% na Bolsa brasileira.
O agravamento do conflito entre Israel e Hamas, somado aos persistentes problemas de transporte no mar Vermelho, impulsionaram os preços do petróleo na primeira semana de 2024.
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Por outro lado, a valorização do dólar e as preocupações com a demanda, após mais um conjunto de dados econômicos fracos da China, viraram o mercado para o vermelho.
Os cortes de preços da Arábia Saudita também sinalizaram a fragilidade do mercado, já que o maior exportador mundial de petróleo enfrentava uma queda na demanda, especialmente na Ásia.
Às 12h15 de Brasília, o barril de Brent, referência mundial e para a Petrobras (BVMF:PETR4), recuava 4%, a US$ 75,69, enquanto o de WTI, referência nos EUA, caía 4,36%, a US$ 70,61.
Apesar de terem registrado alguns avanços na semana passada, os preços do petróleo acumularam uma perda de mais de 10% em 2023. Juros altos e atividade econômica em desaceleração devem afetar a demanda neste ano, enquanto se espera que o mercado de petróleo permaneça bem suprido.
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Arábia Saudita reduz preços de exportação de petróleo diante de mercado fraco
A Arábia Saudita diminuiu o preço do seu petróleo bruto leve Arab Light para os clientes asiáticos ao menor patamar em 27 meses, informou no domingo a estatal Saudi Aramco (TADAWUL:2222).
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O preço do produto para embarque em fevereiro para a Ásia foi reduzido em US$ 2, abaixo do referencial regional de Omã/Dubai, enquanto o preço do barril fornecido para partes da Europa e do Mediterrâneo também foi diminuído em até US$ 2, ficando ligeiramente acima do referencial Brent.
A medida ocorre em meio à forte concorrência pelas exportações de petróleo do país, devido à demanda restrita e ao aumento da produção por outros países do Oriente Médio.
Os cortes de preços acontecem cerca de um mês após os novos cortes de produção da Opep e seus aliados (Opep+) para 2024 terem sido recebidos com indiferença pelos mercados. Os cortes, junto com a produção recorde dos EUA, não conseguiram persuadir os mercados de que o suprimento global de petróleo se reduziria significativamente no primeiro semestre de 2024.
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Embora o conflito entre Israel e Hamas represente alguns riscos para esse cenário, seu impacto real na oferta de petróleo até agora tem sido limitado. Os EUA também intervieram para suprir quaisquer grandes lacunas de oferta no comércio de petróleo do Atlântico.
Mercados esperam mais sinais de inflação e corte de juros
Os mercados petrolíferos também estavam em alerta antes de uma série de importantes indicadores econômicos dos EUA e da Ásia nesta semana. Índices de inflação do Japão, Austrália, China e dos EUA estão previstos para esta semana e devem fornecer mais pistas sobre a situação econômica e a trajetória dos juros.
O resultado mais forte do que o esperado no mercado de trabalho dos EUA na sexta-feira fez com que os mercados reduzissem drasticamente as apostas de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) cortaria as taxas de juros no início deste ano, o que sugere um suporte limitado para os preços do petróleo no curto prazo.
Por fim, a China, principal importadora mundial de petróleo, deve apresentar um cenário de desinflação em dezembro, indicando uma perspectiva enfraquecida para a demanda global por petróleo bruto, enquanto o país enfrenta uma recuperação econômica lenta.
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