Áudio de Lula em pânico é legítimo confirma perita federal. Trata-se de uma espécie de confissão de Lula. O áudio já havia sido divulgado, porém foi considerado falso na época, portanto, era fake news.
Mas um detalhe, o mais importante de todos, passou despercebido, pois ninguém teve a preocupação de pedir uma análise pericial da gravação de 3 minutos e 23 segundos.
Após 5 anos, enfim, o serviço foi realizado por Nerci Lino de Almeida, indicada pela Associação dos Peritos Criminais Federais, especialista em análise de voz que atuou como perita criminal no Departamento de Polícia Federal em Brasília, entre 1999 e 2018.
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Desta forma, agora ele tem um laudo de autenticidade. A notícia voltou a ser tratada pela nova mídia brasileira nesta sexta-feira, 16.
Isto porque, um laudo técnico-científico demonstra a autenticidade de um áudio em que o ex-presidente e candidato nas eleições de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva, comenta as denúncias do ex-ministro Antônio Palocci durante a exibição de uma reportagem no Jornal Nacional em 7 de setembro de 2017. De onde inclusive pode-se ouvir o noticiário ao fundo.
Trata-se de uma gravação de pouco mais de 3 minutos, que circula pelas redes sociais, havia sido considerada falsa pela Agência Comprova em julho deste ano, por entender que a voz na gravação era de um imitador de Lula.
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No entanto, o laudo assinado em agosto de 2022 pela perita criminal federal aposentada Nerci Lino de Almeida Tonaco, com 20 anos de experiência em perícias de som, demonstra que o áudio é verdadeiro – e que a voz é de Lula.
Conforme delação de Palocci, durante encontro na residência oficial da presidência da República em Brasília, o Lula disse a ele que Emílio Odebrecht lhe prometera, como um dos itens do “pacote”, deixar à sua disposição R$ 300 milhões para “atividades políticas” nos anos seguintes ao fim do mandato presidencial.
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No áudio Lula inclusive questiona o fato de ninguém ainda ter “acabado” com Palocci na cadeia. Veja o vídeo anexo com o áudio de Lula. As informações são do Brasil Sem Medo.
“Tive acesso aos registros de áudio no início do mês de julho deste ano”, disse a perita ao BSM, ressaltando que o trabalho foi feito em aproximadamente um mês e meio com dedicação exclusiva.
Segundo a matéria, Nerci utilizou 37 gravações de Lula (grampos da Lava Jato, entrevistas à imprensa, depoimentos a Sergio Moro, conversas com Dilma Rousseff, Jacques Wagner, Rui Falcão, Lindbergh Farias, Eduardo Paes e outras pessoas), para comparar com o áudio em questão.
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Nele, Lula estaria ao telefone enquanto, ao fundo, ouve-se o som da TV com a reportagem da delação de Palocci, ao vivo, no Jornal Nacional, da Rede Globo.
A ‘voz’ revela uma grande revolta e descontrole emocional e dá a entender que ‘algo’ deveria ter sido feito em relação ao seu ex-ministro:
Ninguém teve coragem de fazer o que tinha de ser feito com esse cara. Ele ficou preso em Curitiba… Tá preso em Curitiba há mais de um ano. Ninguém teve a competência e a coragem de acabar com esse cara, agora taí… o Joesley (Batista), vai ser pior!
Emílio Odebrecht também é citado e xingado:
– Tá falando do… Emílio Odebrecht, o tal do… depoimento dele… É outro filho da puta, desgraçado!– É um porra do caralho!
Chama a atenção a enorme quantidade de palavrões, que deixariam até o presidente Jair Bolsonaro envergonhado:
Tu diz pra ele pegar o apoio dele, esse vagabundo, e enfiar no cu dele! Enfia no cu! Ah, ele que enfie no cu essa porra… desse caralho…. dessa… desse contato que ele tem.
Ao final, com voz embargada, ele diz que vai ligar para alguém e dá a entender que teriam mais problemas pela frente
– Eu vou dar um telefonema pra… pra figura amanhã.– Ah, vamo tudo la… lascado! Se fudemo tudo, que que tu a… que que tu acha?
De fato, em 7 de abril de 2018, Lula, condenado em duas instâncias no caso do apartamento triplex do Guarujá, era preso e encaminhado para a sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba/PR.
Ele ainda teria sua pena confirmada e ampliada em Terceira Instância (totalizando dez juízes, pela condenação), mas acabaria solto após 580 dias, na polêmica e contestada decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).