Após ter dividido opiniões de analistas ao não intervir para conter a escalada do dólar no início de agosto – quando chegou a bater R$ 5,74 –, o Banco Central resolveu se mexer e anunciou que vai realizar nesta sexta-feira, 30, um leilão de venda de dólares à vista. Segundo o comunicado, será aceita a compra de no máximo US$ 1,5 bilhão. O último leilão à vista havia ocorrido em abril de 2022.
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Ontem, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o BC estava sempre com “o dedo no gatilho” para atuar no mercado de câmbio, caso necessário. “A gente chegou muito perto de pensar em fazer intervenção em alguns momentos”, disse Campos Neto, em evento promovido pelo Banco Santander.
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Há expectativa de saída de cerca de US$ 1 bilhão amanhã em razão do rebalanceamento do fundo americano EWZ (MSCI Brazil ETF), que vai passar a incluir ações brasileiras listadas no exterior, como XP e Nubank. O EWZ é o principal ETF (fundo que replica um índice de mercado) brasileiro negociado nos Estados Unidos – conhecido popularmente como “Ibovespa dolarizado”.
“Devem ter percebido que o mercado poderia ficar disfuncional com fluxo de saída esperado por conta do EWZ. Além disso, amanhã é vencimento de contrato futuro e, provavelmente, o BC pode querer evitar que uma saída de dólares gere distorção na formação da ptax (taxa de referência do câmbio)” explicam analistas, acrescentando que hoje foi um dia de forte depreciação do real ou do peso mexicano.
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Outra questão que pesa também é a insegurança jurídica do Brasil com o Supremo Tribunal Federal, bloqueando os ativos da Starlink, a do homem mais rico do mundo. A atitude é totalmente inconstitucional. A empresa está totalmente regularizada no Brasil e passou a ser alvo de Alexandre de Moraes como punição a Elon Musk que também é proprietário do X e denunciou Moraes.
A Starlink tem mais de 250 mil clientes no país e está com seu dinheiro bloqueado pelo STF sem nunca ter cometido nenhuma irregularidade desta forma não pode nem mesmo pagar a operacionalidade no Brasil.
Elon Musk não tem foro privilegiado nem tão pouco a Starlink para tal ação. Empresários estão ponderando o risco Brasil de se ter um negócio em um país onde a última instância jurídica está tomando a atividade de todos os demais.