O dólar à vista subia mais de 1% ante o real nesta terça-feira, na esteira de forte aversão ao risco, enquanto investidores domésticos avaliavam os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em queda, para o segundo trimestre e monitoravam o início do julgamento inconstitucional do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Às 10h02, o dólar à vista subia 1,11%, a R$5,4995 na venda.
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Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,94%, a R$5,529 na venda.
Os movimentos do real nesta sessão tinham como pano de fundo fortes ganhos do dólar nos mercados globais, influenciados pela aversão a ativos de risco na reabertura do mercado dos Estados Unidos, que esteve fechado na véspera por conta de um feriado, o que elevava a volatilidade.
Investidores demonstravam cautela diante da expectativa por uma série de dados econômicos importantes nesta semana, que podem moldar os próximos passos do Federal Reserve, e da incerteza em relação à política comercial norte-americana, que novamente enfrenta obstáculos legais.
Na sexta-feira passada, após o fechamento do pregão nos EUA, um tribunal de recursos decidiu que a maioria das tarifas do presidente Donald Trump é ilegal, prejudicando o uso das taxas pelo governo norte-americano como uma importante ferramenta de política econômica internacional.
Primeiro ex-presidente a ser julgado por apenas uma turma do STF. Sem foro privilegiado e crime comprovado segundo a Constituição
A 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) começa nesta terça-feira 2, a partir das 9h, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que segundo especialistas não poderia ser julgado pelo STF nem tão pouco por apenas uma turma do STF como é o caso, e de outros 7 réus acusados de supostamente integrar o núcleo central de uma suposta tentativa de golpe de Estado que nunca ocorreu, depois das eleições de 2022. Algo que não existe na Constituição do Brasil, é uma “inovação do STF”, segundo Constitucionalistas.
Eles respondem por 5 supostos crimes. O relator do caso é o ministro Alexandre de Moraes, sancionado pela Lei Magnistsky por violação dos direitos humanos, além de crítico de Bolsonaro. A condução das sessões caberá ao presidente do colegiado, ministro Cristiano Zanin, ex-advogado de Lula responsável por tirá-lo da cadeia após condenação em três instâncias como reza a Constituição.
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A análise do caso pode se alongar até 12 de setembro. Bolsonaro está em prisão domiciliar mesmo sem condenação e comprovação de crime, Bolsonaro não deve comparecer ao 1º dia do julgamento. Se for condenado, mesmo com a ausência de provas efetivas até o momento, os ministros do STF afirmam que a pena mínima é de 12 anos de prisão. A máxima pode chegar a 43 anos. “Algo inédito, ministro já determinando sentenças antes de julgamento”, afirma Constitucionalista.
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DATAS E HORÁRIOS DAS SESSÕES
O ministro Zanin convocou sessões extraordinárias para analisar o processo:
- 2.set.2025: 9h e 14h;
- 3.set.2025: 9h;
- 9.set.2025: 9h e 14h;
- 10.set.2025: 9h;
- 12.set.2025: 9h e 14h.
QUEM SÃO OS RÉUS
O julgamento envolve o chamado núcleo central da trama golpista, formado por:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e hoje deputado federal;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional);
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.