Como funcionam os fundos de investimento em direitos creditórios, FIDC

Como funcionam os fundos de investimento em direitos creditórios, FIDC
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Como funcionam os fundos de investimento em direitos creditórios, FIDC. Os fundos de investimentos em direito creditórios, que também são chamados de fundos de recebíveis, são fundos que investem, pelo menos, 50% de seu patrimônio em títulos creditórios.

Mas antes de entrar a fundo nesse tema, você precisa ter em mente o que é um Direito Creditório.

O direito creditório nada mais é do que os direitos de receber dinheiro originário de operações realizadas em instituições financeiras, na indústria ou mesmo no mercado de ativos financeiros.

Se a soma de todos os valores devidos pelos consumidores for de R$ 1 milhão, este montante é o direito creditório da loja.

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O direito creditório também pode ser uma precatório, já que ele engloba indenizações em ações contra órgãos públicos e bancos.

Quando um processo está finalizado e já se passaram mais de dois da sentença e o não há possibilidade de recurso, um título creditório é gerado, esse tipo de título é chamado de precatório.

Agora que você sabe um pouco mais sobre os direitos creditórios vamos falar dos fundos que fazem aplicações nesses títulos.

O que são os FIDCS?

Os FIDCs, são um tipo de fundo de investimento que investem no mínimo 50% do seu patrimônio em direitos creditórios. Trata-se, portanto, de uma comunhão de recursos entre investidores a fim de fazer a aquisição de Direitos Creditórios.

Esses fundos funcionam como um condomínio, sem personalidade jurídica, em que os cotistas são os verdadeiros donos do patrimônio, na proporção das cotas que estão em sua titularidade.

Continuando com o exemplo que citamos no tópico anterior, pense que a loja de eletrônicos precisa de capital para adquirir novas mercadorias.

Para isso, ela pode transformar seus direitos creditórios em um ativo e vende, em vez de esperar que todos os clientes paguem até a última parcela.

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É aí que entra o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios, para ajudar a empresa, antecipando recursos.

Suponha que um FIDC adquira a dívida total por R$ 800 mil. O estabelecimento consegue, então, capital de giro e deixa de ter a incerteza sobre o seu recebimento real.

Em troca, o direito a receber o montante de R$ 1 milhão é transferido aos investidores que reuniram seus recursos para fazer a aplicação. Os credores passam, então, a pagar diretamente ao Fundo e é daí que ele tira seus rendimentos.

Como a remuneração do FIDC é baseada em uma taxa acordada e não depende de nenhuma variável relacionada ao desempenho dos investimentos, o Fundo em Direitos Creditórios é um tipo de fundo de renda fixa.

Como funciona o FIDC

Assim como na maioria dos fundos, no caso do FIDC também há estrutura formada, que é composta por cinco pilares:

Cedente – que é a empresa ou pessoa titular dos Direitos Creditórios;
Estruturadores – estabelecimento responsável por gerenciar a operação
Custodiante – instituição que controla os valores a receber do FIDC
Administrador – que é responsável pelo fundo perante à lei e os cotistas
Cotistas– que são investidores que se unem para fazer aplicações em direitos creditórios

Cotas subordinadas
as cotas subordinadas ficam atrás das cotas seniores no que tange à prioridade de recebimento de resgate ou amortização.

Portanto, o investidor que comprar uma cota subordinada só vai receber os seus rendimentos depois que os cotistas seniores tiverem recebido sua parte, dessa maneira ele assume o risco maior do investimento.

Em contrapartida esse tipo de cota possui maior potencial de ganhos.

Funciona assim, quando um FIDC tem retorno menor do que o esperado, os investidores das cotas sênior são os primeiros a receber e recebem o valor acordado antecipadamente.

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Por outro lado, quando o fundo obtém maiores do que o previsto, quem fica com o excedente são os cotistas subordinados, enquanto os cotistas seniores recebem o mesmo valor acordado.

As proporções de cada cota são definidas no momento de fundação do FIDC, então, é importante analisar o prospecto de forma cuidadosa na hora de escolher o fundo para investir.

Cotas sênior
A cotas Sênior são as que têm prioridade na amortização ou no recebimento do valor do resgate.

Com elas, as chances de ter inadimplência são menores e há a aplicação do conceito de renda fixa, uma vez que o objetivo é definido já na assinatura dos contratos de compromisso.

Quem pode investir nos FIDCS

Os fundos de recebíveis apesar do conceito simples, não são investimentos tão fáceis, sobretudo pela sua dinâmica um pouco mais complexa e pelo nível de investimentos que deve ser alto.

Por isso, os FIDCs são limitados apenas para alguns investidores, incluindo:

Como funcionam os fundos de investimento em direitos creditórios, FIDC

Investidores profissionais
Investidores com certificação da Comissão de Valores Mobiliários – CVM – para registro de agentes autônomos, consultores de valores mobiliários, analistas ou administradores de carteira.
Clubes de investimentos com gestão de investidores, investidores qualificados.
Investidores Pessoa física ou jurídica com valor dos investimentos maior do que R$1 milhão, comprovados por termo assinado.

Como funciona a rentabilidade

A rentabilidade do FIDC é um dos maiores atrativos desse tipo de fundo tido como fundo de renda fixa. O FIDC costuma apresentar retornos maiores do que outros investimentos, como o Tesouro Direto, CDBs, LCI e LCA.

Na maior parte dos casos o retorno do FIDC é calculado com base no CDI (Certificado de Depósito Interbancário), mas pode usar outros indicadores, incluindo a Taxa Selic, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de de ou até mesmo o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado).

Além disso, é importante lembrar que as cotas subordinadas podem trazer retornos maiores ao passo em que as cotas seniores são mais seguras. Portanto, a escolha de qual cota investir vai depender de qual é o seu perfil de investidor.

Os riscos envolvidos

Apesar da maior rentabilidade, o FIDC é mais arriscado do que o Tesouro Direto e outros investimentos de renda fixa. Seu principal risco é o crédito da carteira de recebíveis, ou seja, a possibilidade de inadimplência dos credores que formam o lastro da carteira.

Voltando ao exemplo da loja de eletrônicos, não há garantias de que o cliente irá pagar todas as prestações que deve. Se ele se tornar inadimplente, é o rendimento do Fundo de Investimento Creditório que será prejudicado.

A fim de minimizar esse risco, o ideal é pesquisar o histórico do Fundo e analisar o prospecto com cuidado, atentando-se ao tipo de cota em que o FIDC em questão está investindo.