Uma assembléia foi convocada para votar um plano para formação de uma joint venture da Embraer (EMBR3) com a Boeing (N:BA). Ela vai gerenciar os negócios de aviação comercial da companhia brasileira, sob controle da fabricante norte-americana. Nesta sexta-feira 22/02 a Justiça Federal de São Paulo concedeu liminar suspendendo a realização da assembléia, segundo a Reuter.
A decisão atendeu a pedido conjunto de sindicatos de trabalhadores, incluindo o dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, de Araraquara e Américo Brasiliense, de Botucatu e Região e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos.
Na decisão, o juiz Victorio Giuzio Neto escreveu: “Defiro a liminar para suspender a realização da assembleia-geral extraordinária de acionistas da Embraer prevista para o dia 26 de fevereiro de 2019 até que as irregularidades legais apontadas sejam esclarecidas.”
A liminar suspende o andamento da transação, embora os termos do negócio já tenham sido concluídos entre os interessados em dezembro.
No mês passado, o governo brasileiro decidiu não exercer seu poder de veto, não se envolvendo nas negociações.
Para Aurélio Valporto, presidente da Abradin, a decisão judicial mostra que a negociação entre Embraer e Boeing para a formação de uma joint venture “não passa de uma fraude”. A Abradin é uma entidade que representa acionistas minoritários e que se opõe à transação.
A Embraer afirmou em nota que “buscará os recursos cabíveis para manter a realização da AGE (assembleia geral extraordinária) na data para a qual os acionistas foram convocados”.