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Divida da Americanas já beira os R$ 50 bilhões. Depois de um rali de 194% (ou de quase triplicar de valor) entre as sessões do dia 23 de janeiro até a sessão de 1 de fevereiro, saindo de R$ 0,71 (fechamento do dia 20) para R$ 2,09, as ações da Americanas (AMER3) voltaram a ter sessão de queda. A baixa, por sinal, foi bastante expressiva, de 19,62%, a R$ 1,68.

Cabe destacar ainda que, apesar da recente recuperação, os papéis da varejista seguem bem distantes, ou 86% abaixo, do patamar de R$ 12 do fechamento de 11 de janeiro, dia do fatídico comunicado sobre inconsistências contábeis que culminaram com o pedido de recuperação judicial.

A volatilidade das ações não é exatamente uma surpresa, uma vez que analistas destacam que os ativos das companhias em recuperação judicial costumam ter reações extremas na Bolsa, o que requer cautela.

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Se na véspera, notícias como o aumento de posição do Morgan Stanley para uma fatia de 5,2% animaram o mercado, por outro lado notícias sobre os desdobramentos judiciais envolvendo a companhia podem impactar negativamente o papel.

O administrador judicial da recuperação judicial elevou a dívida total da empresa para R$ 47,9 bilhões, R$ 6,7 bilhões a mais que o informado pela companhia anteriormente, de R$ 41,2 bilhões, ao apresentar sua lista de credores.

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A Americanas respondeu aos administradores que a diferença se refere a uma emissão de debêntures pela Americana S.A. para a JSM Global e B2W Digital, empresas que fazem parte do grupo e que também estão em recuperação judicial. “As debêntures foram emitidas intragrupo apenas para criar um canal de transferência de recursos da Americanas S.A para as recuperandas estrangeiras, visando ao pagamento dos Bonds (as debêntures “espelham” os bonds)”, argumentou a Americanas.

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Após a resposta, os administradores judiciais disseram que vão verificar os argumentos apresentados para a empresa para ver se realmente o valor de R$ 6,7 deverá ser desconsiderado da lista de dívidas.

Para Gabriel de Britto Silva, diretor jurídico do Instituto Brasileiro de Cidadania (Ibraci), o caso é mais um capítulo negativo para a Americanas e reforça a necessidade de punição aos administradores da empresa. O Ibraci ajuizou uma ação civil pública contra a varejista pelo escândalo contábil, mas ainda não foi julgada.

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Nesta semana, a Americanas ainda apontou que avalia pedir à Justiça do Rio de Janeiro financiamento “extraconcursal na modalidade debtor-in-possession” de pelo menos R$ 1 bilhão, que pode vir a ser subscrito pelos acionistas de referência da empresa. Ou seja, muitas indefinições no radar, o que contribuem para a volatilidade dos ativos.

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