O dólar à vista fechou a sexta-feira em queda firme ante o real, de quase 1%, em um dia de ajustes de preços e realização de lucros após avanços firmes em sessões anteriores, enquanto no exterior a moeda norte-americana também cedia ante boa parte das demais divisas, a despeito das preocupações com os conflitos no Oriente Médio.
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Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de julho. O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1989 reais na venda, em baixa de 0,99%. Na semana, porém, a moeda ainda acumulou alta de 1,52%. Às 17h05 na B3 (B3SA3) o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,80%, a 5,2035 reais na venda.
No início da sessão, preocupações em torno de um ataque de Israel ao Irã deram força ao dólar em todo o mundo, em meio à busca dos investidores por ativos de segurança. Às 9h09, pouco depois da abertura, o dólar à vista registrou a cotação máxima de 5,2782 reais (+0,52%).
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À medida que o susto com o ataque israelense diminuía o dólar foi perdendo força em todo o mundo, incluindo no Brasil. Assim como no mercado de renda fixa, onde as taxas futuras de juros passaram por ajustes de baixa após os fortes ganhos recentes, o dólar à vista virou para o negativo e acelerou as perdas no restante da sessão.
Profissionais do mercado afirmaram ser natural que, após os excessos recentes, o dólar passasse por um dia de ajustes. No meio da tarde, às 15h28, o dólar à vista marcou a cotação mínima de 5,1858 reais (-1,24%).
Durante a tarde, em palestra em Nova York, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também voltou a defender que a autarquia só intervenha no mercado de câmbio em caso de disfuncionalidades — e não em função da alta das cotações.
“Se o câmbio está se valorizando porque as pessoas estão comprando dólar, deve ser porque as pessoas perceberam um risco que é maior. E você não quer que essa variável não reflita o risco”, disse.
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Campos Neto afirmou ainda que o Brasil depende do dólar mesmo depois que o governo optou por reduzir sua dívida externa e compensá-la com o aumento da dívida interna, num movimento que ocorreu a partir do início dos anos 2000.
Segundo ele, parte dos detentores dos títulos públicos brasileiros são estrangeiros que precisam vender dólares e comprar reais para fazer operações. Com isso, movimentos na curva de juros acabam impactando a demanda por dólar.
No exterior, o dólar se mantinha em leve baixa ante uma cesta de divisas fortes e recuava ante boa parte das demais moedas.
Às 17h10, o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– caía 0,05%, a 106,120.