Em entrevista Lula afirma, Ministério do Desenvolvimento Social é meu”. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou em entrevista exclusiva à Record TV nesta quinta-feira (13) que vai conversar sobre trocas no comando de ministérios do governo a partir de agosto, após o recesso parlamentar, mas garantiu que não vai entregar pastas que ele considera prioritárias, como o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome e o Ministério da Saúde. Este Ministérios são os que o governo usa para fazer campanha política e negociações com base na circulação financeira e de negociação.
“Esse ministério [do Desenvolvimento Social] é um ministério meu. Esse ministério não sai. A Saúde não sai. Não é o partido que quer vir para o governo que pede ministério. É o governo que oferece o ministério. É só fazer uma inversão de valores“, frisou o presidente.
Segundo Lula, eventuais mudanças na Esplanada são “a coisa mais natural do mundo”. “Na hora em que você ganha a eleição e você não tem maioria no Parlamento para aprovar a coisa que você quer aprovar, você vai ter que fazer composição. E você faz composição com quem ganhou, você não faz com quem perdeu. Portanto, nós temos que conversar com os partidos que estão dentro do Congresso Nacional”, comentou. Entretanto, Lula não menciona a possibilidade de colocar o partido de oposição em nada para auxiliar o governo, ou seja ele negocia apenas com aliados.
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“O que pode acontecer, a partir das férias dos deputados, é que alguns partidos políticos queiram vir a fazer parte da base do governo. Se esses partidos tiverem a decisão de vir participar do governo, nós vamos ter que fazer o manejamento no ministério. Não é nem uma reforma, é apenas acomodação de alguns partidos que ficaram fora, mas que querem participar”, acrescentou Lula.
Lula também não menciona capacidade e qualificação dos escolhidos para alcançar resultados nos cargos ocupados para o país. Ele menciona apenas em toma lá da cá político, o que não expressa preocupação com resultados e sim barganhas.
“Quando [o Congresso] voltar de férias, que vai ser no começo de agosto, eu vou outra vez fazer a reunião com os partidos políticos e vou ver o que que a gente pode fazer para enquadrar os partidos que querem entrar no governo para o final dessa gestão“, reforçou.
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Na entrevista, Lula comentou a situação da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, que vai deixar a pasta para dar lugar ao deputado Celso Sabino (União Brasil-PA). O presidente lamentou a saída de Daniela do governo por um problema com o União Brasil, mas disse que “está tudo bem” com ela e com Sabino.
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“A [saída da] ministra Daniela já estava prevista. Aliás, a ministra Daniela, eu disse para ela, ela não deveria ter saído do partido. Na hora que ela sai, fica difícil. Mas eu conversei com a Daniela, e está tudo bem. E está bem também com o companheiro que vai entrar no União Brasil. E penso que o barco vai continuar seguindo nesse mar calmo, tranquilo, que nós estamos vivendo.” Lula também não comentou da negociação com Daniela onde segundo O Globo, a saída dela era em troca de hospital para a cidade onde o marido é prefeito.
Além de Daniela, a ministra dos Esportes, Ana Moser, e a presidente da Caixa, Rita Serrano, estão com o cargo em risco. Lula foi questionado se uma eventual demissão de mulheres de cargos de alto escalão do governo pode comprometer a representatividade feminina, mas respondeu que, no momento, tudo é especulação.
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“Primeiro, não estou tirando mulheres demais. Segundo, se você for levar em conta o que você ouve de especulação, depois daqui a pouco eu vou me tirar. Daqui a pouco vão dizer que o Lula está se substituindo. ‘Ah, vai sair o [ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo] Alckmin. Não é possível. Só vai acontecer quando eu quiser”, salientou.
“O conselho que eu dou é o seguinte: fique de olho no que eu vou fazer e eu só vou fazer depois de julho. Só vou fazer quando o Congresso voltar a funcionar, fazer de acordo com a reunião com os partidos políticos para que a gente faça o que tiver que acontecer de mudança.
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