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Um ex-coroinha do padre Júlio Lancellotti acusa o padre de assédio sexual quando tinha cerca de 11 anos de idade. Hoje, aos 48 anos, o homem diz que guardou segredo por vergonha e medo.

O relato de Cristiano Gomes, o ex-coroinha, publicado pela revista Oeste, narra o episódio que teria ocorrido após a morte da avó, em maio de 1987. Cristiano nega que queira “se dar bem” ou tenha interesse em fama. Também avisa que não é “bolsonarista” e não tem motivação político-partidária.

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Terminada a missa de sétimo dia, fui à sacristia e entrei num choro incessante, finalmente havia caído a ficha de que eu nunca mais iria ver a minha avó”, narra Cristiano. “Nesse momento, o padre entrou e me abraçou, um abraço que parecia ser afetuoso. Eu tinha muita admiração por ele e recebi aquele abraço como se fosse de um pai. Ele me abraçava e falava ‘te gosto muito, não fique assim’. Só que isso evoluiu. A barba dele, por fazer, começou a ‘roçar’ no meu rosto, ele apertou mais o corpo contra o meu e começou a fazer movimentos — ou seja, esfregar-se em mim. Naquele momento, senti que ele estava excitado. Toda aquela admiração que eu tinha por ele virou medo. Eu me desvencilhei dos braços dele, saí correndo e nunca mais voltei à igreja.”

A volta de um polêmico vídeo em que a perícia atestou ser o padre que aparece se masturbando em uma chamada de vídeo com um garoto de 16 anos à época da gravação encorajou o ex-coroinha a fazer a denúncia.

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Entretanto, sobre a perícia, após a arquidiocese de São Paulo receber os documentos da perícia, a mesma optou após 24horas, por arquivar o caso sem nenhum tipo de investigação para apurar um fato tão grave.

Cristiano não registrou boletim de ocorrência ou fez denúncia quando o assédio teria ocorrido, disse que seria a palavra dele, uma criança que tinha acabado de perder a avó, contra a do padre, mas que quer mudar esta situação.

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“Quero levar adiante essa denúncia, pois acredito que chegou a hora de as pessoas saberem quem é não o padre que aparece na imprensa, mas o ser humano Júlio Renato Lancellotti, que, repito, tive o desprazer de conhecer da pior forma possível”, disse ao afirmar que está “à disposição das autoridades e da Igreja”.

O ex-coroinha diz que, quando parou de frequentar a igreja, logo após a morte da avó, um colega teria perguntado o motivo da ausência. Mesmo sem confirmação, o colega de escola teria dito que “já sabia o motivo da repentina mudança na rotina de Cristiano”.

Cristiano avalia também que uma colaboradora de Lancellotti teria dado indícios de saber dos abusos. A mulher, identificada como Vitória, já falecida, morava na mesma rua do ex-coroinha e teria procurado Cristiano e dito que o padre gostava muito dele e que “não tinha acontecido nada, de que tudo foi ‘apenas demonstração de carinho”.

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A Arquidiocese de São Paulo não se manifestou sobre a questão até o momento desta publicação.

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