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O presidente da Suzano (SUZB3), Walter Schalka criticou o programa de incentivo à indústria lançado pelo governo Lula (PT). Em entrevista ao Globo publicada na quarta-feira, 24, Walter Schalk criticou o programa Nova Indústria Brasil. A política anunciada na 2ª (22.jan) pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destinará R$ 300 bi ao fomento industrial no país.

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Segundo o CEO da Suzano, o governo Lula insiste em uma política que não deu certo antes. “Minha percepção é que já existe maturidade na economia brasileira para as empresas serem independentes de apoios governamentais”, afirmou. Agora criticado pelo PT, em julho de 2022, Walter Schalka foi um dos empresários que assinou a chamada carta em defesa da democracia. Esse manifesto de vários setores do establishment foi uma espécie de apoio velado à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra o então atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).

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“Temos de buscar a pacificação, a volta da esperança e a reunificação das famílias e de grupos de WhatsApp, em vez da polarização que estamos vivendo […] Eu nunca vi, na minha experiência pessoal, a mobilização no mundo empresarial que estou vendo neste momento. Parece que caiu a ficha sobre o papel relevante que temos”, disse o presidente da Suzano para o jornal O Estado de S.Paulo em julho de 2022.

No domingo, a presidente do PT (Partido dos Trabalhadores), Gleisi Hoffman, criticou o presidente da Suzano, Walter Schalka, em seu perfil no X (antigo Twitter).

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Contudo, Mercadante expressou a Bela Megale, também do jornal O Globo, sua preocupação com tal declaração e sugeriu que o BNDES deveria ser o “convidado especial” para a celebração do centenário da Suzano, destacando a relevância histórica da parceria entre a instituição financeira e a empresa.

Mercadante cobra Suzano

Ele (Walter Schalka) deveria ter tido o cuidado de reconhecer e valorizar isso. Tenho certeza que a família Feffer, que teve excelentes quadros como executivos da empresa, sabe reconhecer essa parceria”, disse o presidente do BNDES.

Segundo Mercadante, a Suzano tem sido nas últimas décadas uma das principais beneficiárias dos estímulos governamentais à indústria, com subsídios e crédito mais acessível.

Os dados apresentados pelo banco indicam que a Suzano é a quinta empresa brasileira que mais recebeu crédito em sua história, totalizando R$ 15,273 bilhões, sem considerar a inflação. O presidente do BNDES destacou que uma parte considerável desse montante foi repassada como subsídio, através de programas como o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP).

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Além dos recursos financeiros, o BNDES também investiu R$ 12,144 bilhões em capital na Suzano e em empresas adquiridas pelo grupo.

O presidente do BNDES, Aloísio Mercadante criticou as falas de Schalka e ressaltou que a Suzano foi a primeira companhia privada a receber recursos do banco, tendo recebido ao todo R$ 15 bilhões.

Embora não tenhamos conseguido checar a informação,  Mercadante afirmou que a Suzano mantém um saldo devedor de R$ 4,2 bilhões referentes a operações recentes e pedidos em análise no valor de R$ 2,6 bilhões.

As ações da Suzano (SUZB3) recuavam 3,72% por volta de 12h24 desta segunda-feira (29), com o papel sendo negociado por R$ 50,94.

Suzano em seguida perde indicação de compra

O Morgan Stanley, em relatório publicado nesta segunda-feira (29), afirmou ver o preço da celulose caindo a partir de fevereiro deste ano. Em parte, por conta disso, os analistas do banco, encabeçados por Jens Spiess, também rebaixaram a recomendação da Suzano (SUZB3) de equalweight (exposição em linha com a média do mercado, equivalente à neutra) para underweight (abaixo da média do mercado, equivalente à venda).

Em primeiro lugar, o Morgan cita que a demanda por papel e celulose deve cair no curto e médio prazo. A demanda por celulose está sujeita a padrões sazonais e fevereiro, de acordo com o banco, é identificado como um mês mais fraco. Os últimos meses de 2023 e janeiro, normalmente, são marcados pela reposição de estoques por parte dos compradores, que se preparam para o Ano-novo chinês, que acontece na segunda semana do próximo mês.

Para eles, embora haja uma falta de visibilidade nos dados de inventário de celulose de clientes na China, pode-se observar dados globais de embarques para ter uma ideia dos ciclos de inventário passados.

“Nossa análise sugere que os ciclos anteriores moveram cerca 1,5 milhão de toneladas de celulose globalmente dentro de 5-9 meses. De junho a novembro de 2023, os embarques cumulativos aumentaram para 1,7 milhão, ou 6% em relação ao ano anterior. A duração e a magnitude do ciclo atual nos sugerem que ele está prestes a terminar”, explicam.

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Fora o lado da demanda, há também a entrada de novo potencial de oferta. A casa espera que 1,8 milhão de toneladas entrem no mercado no primeiro semestre deste ano, principalmente por causa do MAPA, da Copec, no Chile, e o Paso de los Toros, da UPM, no Uruguai. “Além disso, a Suzano planeja iniciar seu projeto Cerrado em junho e esperamos que adicione cerca de 700 mil de celulose de madeira dura ao mercado no segundo semestre de 2024”, acrescentam.

O fato de algumas companhias não terem revisado seus preços no começo do ano também fortalece a visão de que o mercado está com muita oferta.

O Morgan Stanley, então, atualizou seu preço para celulose. Para a de fibra curta (BEKP), as novas previsões são de US$ 561 a tonelada em 2024, queda de 3% em relação à previsão anterior, com 2025 ficando inalterado. Para a fibra longa (BSKP), a projeção caiu 9% para 2024, ficando em US$ 679 a tonelada, e 6% em 2025, para US$ 725.

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Quanto à revisão da Suzano, os analistas debatem que se o preço da celulose realmente cair, a ação terá seu desempenho afetado.

“A ação tem a maior exposição aos preços da celulose entre nossa cobertura e superou seus pares nos últimos 6 meses à medida que os preços da celulose se recuperaram”, dizem, mencionando que para a Klabin (KLBN11) eles continuam com posição neutra.

As ações da companhia fecharam em queda de 3,99%, a R$ 50,80, sendo que o Morgan tem preço-alvo de R$ 47 para o papel, ante preço-alvo anterior de R$ 60. Os papéis unitários da Klabin) recuam 2,51%, a R$ 21,35, com o alvo do banco americano estipulado em R$ 21 (preço-alvo anterior de R$ 24) e recomendação mantida em equalweight.

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