O deputado federal Filipe Barros (PL-PR) usou as redes sociais para falar que ele esteve na reunião ministerial realizada pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) no dia 5 de julho de 2022. O vídeo deste encontro tem sido usado pela Polícia Federal (PF) para provar que o ex-presidente planejava um golpe de Estado. (VEJA VÍDEO DA REUNIÃO)
Barros diz que, por ser relator da PEC do comprovante de voto impresso, ele foi chamado para falar com os presentes sobre este assunto.
– O presidente Jair Bolsonaro pediu a todos seus ministros que reforçassem o apoio público a pautas defendidas pelo governo. Entre elas, a PEC do voto do impresso, da qual fui relator e, por estar nessa condição, passei brevemente pelo encontro – que, aliás, não aconteceu na surdina, como é praxe dos que hoje sentam no Planalto. Por poucos minutos, atualizei todos os ministros sobre o tema. A minha participação se resumiu a isso – revelou.
O vídeo da reunião foi obtido pela Polícia Federal através dos arquivos recuperados do computador do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente.
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A reunião foi fotografa e filmada oficialmente, pois não se tratava de reunião secreta, como se pode ver pelo próprio vídeo. O que já desconfigura a tese de conspiração.
Bolsonaro aparece indignado com as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante a campanha eleitoral que estava em curso, favorecendo seu concorrente direto: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi eleito com uma diferença de pouco mais de 2 milhões de votos.
Em parte do vídeo, Bolsonaro diz que qualquer reação do governo, teria que acontecer antes das eleições, porque depois do devido processo eleitoral, seria muito ruim para o país.
– Nós sabemos que se a gente, se a gente reagir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira no Brasil. Agora, alguém duvida que a esquerda, como está indo, vai ganhar as eleições? Não adianta eu ter 80% dos votos. Eles vão ganhar as eleições – afirmou.
Filipe Barros diz que em nenhum momento o então presidente falou de usar força contra as instituições, como tem sido interpretado pela PF e pela imprensa.
– Hoje perseguido pelo Estado policialesco que quer dizimar a oposição no Brasil, Bolsonaro não incentivou o uso da força contra instituições em momento algum.