A JBS (JBSS3) entrou para o grupo dos cinco maiores produtores de biodiesel do Brasil em 2023. Por meio da Biopower, sua unidade de negócios responsável pela produção do biocombustível, a companhia elevou em 12,2% sua oferta e encerrou o ano com a comercialização de 550 milhões de litros, fabricados principalmente a partir do sebo bovino.
O aumento da produção e das vendas permitiu a redução da ociosidade da Biopower, um problema para as empresas do segmento em geral. A utilização da capacidade instalada cresceu 7,6 pontos percentuais e chegou a 70%. Desta forma a mudança imposta pelo governo é providencial para a empresa.
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“Estamos expandindo nossa produção conforme aumenta o processo de descarbonização no Brasil. O biodiesel está pronto para substituir o diesel fóssil”, disse Alexandre Pereira, diretor comercial da Biopower, ao IM Business. Segundo ele, a própria JBS está implementando os processos para iniciar a migração de toda a sua frota que usa diesel para rodar 100% com biodiesel.
Veículo são obrigados a rodar com nova mistura no combustível
Em 1º de março, a mistura obrigatória de biodiesel no diesel convencional vendido no país aumentou de 12% para 14%, e a expectativa é que o percentual suba para 15% em 2025. A demanda adicional deve dar um novo impulso à produção da JBS em 2024, ainda que a companhia não faça estimativas sobre o provável incremento.
A Biopower tem sob sua gestão três usinas de produção de biodiesel em atividade. A mais recente está instalada em Mafra (SC). Em 2022, a fábrica recebeu investimentos de R$ 180 milhões para ampliar sua capacidade e produzir o biocombustível a partir de óleo de cozinha usado.
Atualmente, a usina catarinense está apta a produzir pouco mais de 1 milhão de litros por dia. As outras duas plantas estão localizadas em Campo Verde (MT) e Lins (SP).
As apostas da JBS no biodiesel se intensificam em meio à discussão no Congresso do projeto de lei apresentado pelo Executivo sobre o “Combustível do Futuro”. O projeto tem causado disputas entre as alas ligadas ao agronegócio e as mais próximas do setor de energia.
Na Câmara, o relator do projeto de lei é o deputado Arnaldo Jardim, vice-presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA). Até agora, o ponto mais divergente da proposta diz respeito a um aumento gradual de 1 ponto percentual na mistura de biodiesel no diesel convencional até 2030, até 20%.
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Indústrias querem aumento da mistura pra obter lucro
A ala relacionada ao setor de energia, ligada à Petrobras, defende a realização de mais testes, para que as mudanças não causem danos aos motores. Mas a estatal também não se mostra disposta a perder espaço no mercado de diesel convencional, onde é líder
A indústria de óleos vegetais, há tempos, defende o aumento da mistura do biodiesel. do diesel, até porque a soja é a principal matéria-prima para a produção do biocombustível no país. A capacidade instalada do setor está em 14,7 bilhões de litros por ano, conforme dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Na avaliação da Associação Brasileira de Óleos Vegetais (Abiove), a capacidade atual da indústria atenderia, com folga, à eventual demanda gerada a partir de uma mistura de até 20%. A entidade estima que o B20 elevaria a demanda anual para 13,2 bilhões de litros, o que representaria cerca de 90% da capacidade produtiva do Brasil.
Consumidor não foi consultado sobre a mudança e vai ter problemas com carros
A nova mistura de etanol na gasolina pode ter consequências tanto para donos de carros com motores flex quanto para aqueles movidos apenas a gasolina. Vamos explorar como essa mudança pode afetar seu veículo:
Carros Flex:
Consumo de Combustível: Para carros flex, o consumo de combustível tende a aumentar, considerando que o poder calorífico do etanol é menor. Portanto, ao abastecer com gasolina, você notará uma redução na autonomia total.
Emissões e Materiais: Alguns carros antigos não estão preparados para altos teores de etanol. Pode haver ataques a materiais e corrosões de borrachas e elastômeros. Além disso, há suspeitas de que certos carros podem falhar devido à intervenção dos sensores, que não reconhecem o combustível.
Solução: Disponibilizar um combustível com mais gasolina na mistura pode ser uma alternativa, mas a gasolina premium é mais cara.
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Carros a Gasolina:
Problemas Mecânicos: Carros movidos apenas a gasolina, especialmente os mais antigos, podem enfrentar problemas mecânicos. Esses veículos foram calibrados para rodar com 22% de etanol na mistura da gasolina. Elevar a proporção a 35% exigirá cautela, especialmente em relação às emissões.
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Análise Técnica:
Um grupo técnico terá 90 dias para avaliar a viabilidade de aumentar a quantidade de etanol na mistura. A medida faz parte do processo de transição energética para reduzir as emissões de carbono no Brasil segundo as autoridades.
Porém empresas vão lucrar com isto, Lula já planeja aquecer a indústria automobilística que não vende mais carros, com a necessidade do consumidor de trocar de carro visto que o combustível com a mistura, que existe só no Brasil, terá vida útil muito menor com maior custo.