Lula ameaça Banco Central e Bolsa termina semana com queda de 3%. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), recuou 1,5% nesta sexta-feira, aos 108.523 pontos. No acumulado da semana, a Bolsa registrou perdas de 3,4%, no pior desempenho desde a segunda semana de dezembro.
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Os investidores reagiram negativamente a novas falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a independência do Banco Central.
Em entrevista exibida pela RedeTV!, o chefe do Executivo voltou a colocar em xeque a autonomia do BC, deixando em aberto a possibilidade de rever o modelo quando terminar o mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto.
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“Quero saber do que serviu a independência do Banco Central. Eu vou esperar esse cidadão [Campos Neto] terminar o mandato dele para fazermos uma avaliação do que significou o BC independente”, afirmou Lula.
Questionado se poderia rever a autonomia do BC após o fim do mandato de Campos Neto, Lula respondeu: “Eu acho que pode, mas quero dizer que isso é irrelevante para mim. Isso é irrelevante, não está na minha pauta. O que está na pauta é a questão da taxa de juros”.
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O presidente atacou o nível atual da taxa Selic, em 13,75% ao ano, dizendo que os juros são um entrave para o crescimento da economia. Desde 2021, o Banco Central tem aumentado a Selic para combater uma inflação que chegou a 10% naquele ano e que segue acima da meta inflacionária.
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O ataque de Lula ao nível dos juros reforçou a percepção do mercado de que o governo poderá tolerar um nível de inflação mais elevado. Se assim for, os juros devem demorar mais a cair, embora seja o oposto do que deseja Lula, diante do discurso recente.
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