Lula quer recriar investimento na indústria naval. Política já deixou bilhões em prejuízo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva PT defendeu no início deste mês a retomada de investimentos públicos e privados na indústria naval e cadeia de óleo e gás. É uma política de incentivos e subsídios que fez parte do seu segundo mandato e do governo de Dilma Rousseff, mas que deixou uma herança de prejuízos públicos e privados sem resultados concretos e perenes.
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“Na indústria naval, eu não acredito particularmente. Eu já paguei minha conta. Cada geração de empresários paga sua conta da indústria naval Brasileira. Vai ficar para a próxima. A minha geração já pagou esta conta”, disse o sócio sênior e presidente do conselho do BTG Pactual (BPAC11), André Esteves, no evento CEO Conference, na última terça-feira, 14, ao ser questionado sobre o tema.
Esteves fez referência ao investimento do BTG e de outros bancos privados, como Bradesco (BBDC) e Santander (SANB11) como sócios da Sete Brasil, a empresa criada em 2010 para atender ao aumento da demanda para a exploração do pré sal, então, recentes coberto.
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Os maiores fundos de pensão de estatais do país estavam também entre os principais investidores. Além dos bancos, a própria Petrobras (PETR3;PETR4), era sócia da Sete Brasil, o que, em tese, transferia parte do risco do negócio de sondas, equipamentos caros e complexos para petroleira e garantia que haveria demanda e expertise de um player relevante da indústria mundial.
Após vencer em 2012 uma licitação da Petrobras para afretamento e operação de 21 navios sondas, chegando a 28 encomendas no total.
A Sete Brasil tinha caminho aberto para ganhar escala e se tornar uma líder mundial na indústria naval em tamanho. Os contratos em carteira somavam cerca de 37 bilhões de dólares em valores atuais, cerca de 390 bilhões de reais.
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A empresa contratou estaleiros locais para a produção. Da encomenda e contava também com apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o banco estatal chegou a aprovar desembolso de 8,8 bilhões de reais em crédito para financiar os projetos. Os acionistas investiram inicialmente mais de 8 bilhões de reais para tirar o projeto do papel, esperando linhas de crédito de longo prazo para sustentar a produção.
O naufrágio da Sete Brasil e do plano de reviver a indústria naval teve origem na euforia que se seguiu a descoberta do pré sal, com o então presidente Lula e a ministra da casa civil, Dilma Rousseff. A exploração do pré sal demandava equipamentos sofisticados para viabilizar a exploração a Sete Brasil teria capacidade de atender as então novas exigências da agência nacional do petróleo e gás natural e biocombustíveis a ANP, de 60% de conteúdo local da indústria para participação em leilões do pré sal, sob pena de multas em caso de não cumprimento. O objetivo era estimular a indústria nacional.
Porém, os planos não saíram conforme o esperado. O principal obstáculo foi o início da operação Lava Jato pela justiça, com investigações do que se revelou um dos maiores esquemas de corrupção da história do país, envolvendo contratos da Petrobras com a própria Sete Brasil. Isso atrasou e inviabilizou a liberação de recursos do BNDES previstos em contrato de financiamento de longo prazo da Sete Brasil. Adicionalmente, o preço do barril de petróleo despencou.
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No mercado doméstico, a crise econômica se aprofundou a tal ponto que a companhia acabou pedindo recuperação judicial em 2016. Portanto. O que Lula mencionou que quer novamente retomar faz parte do que já foi constatado no escândalo da Lava jato pelo qual ele foi julgado e condenado.
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