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O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, disse nesta quarta-feira, 24, que o financiamento do banco à construção naval será de ao menos R$ 2 bilhões em 2024. A cifra exata, porém, vai depender de “bons projetos”, disse Mercadante.

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Ele fez o anúncio em evento do BNDES no Rio de Janeiro, em que foram anunciados R$ 19 milhões não reembolsáveis para pesquisas de planejamento espacial da Marinha, no âmbito do programa BNDES Azul.

Os recursos se repartem entre as regiões Sul (R$ 7 milhões) e Sudeste (R$ 12 milhões). Nesta quarta, foi assinado especificamente o contrato de Planejamento Espacial Marinho (PEM) para o Sul do País. Desembolsos para as regiões Nordeste e Norte ainda são discutidos.
“Em 2024, garanto que não serão menos de R$ 2 bilhões para financiar construção naval. Mas o BNDES reage a bons projetos, projetos estruturantes. Precisamos de bons projetos, olhando para o futuro”, afirmou Aloizio Mercadante.

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Mercadante argumenta que, do total de exportações brasileiras, que no ano passado somaram US$ 340 bilhões, 95% deixam o País por mar, e por isso o Brasil precisa construir navios com o mesmo grau de especialização com que produz, por exemplo, aviões via Embraer.

“Tivemos uma indústria pujante de construção naval nos anos 1970. Nós precisamos fazer navios, já fizemos, temos tecnologia e acúmulo para isso”, afirmou o presidente do BNDES. Ele não deixou claro se a tecnologia a qual se referiu é a de 1970.

Segundo Mercadante, a conjuntura global oferece uma janela para a construção naval brasileira, devido às exigências da Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês) relativa à redução de emissões relacionadas à navegação.

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“A IMO tem poder decisório e, até 2030, a meta é reduzir em 40% as emissões com uso de combustíveis renováveis. Isso é uma janela que está se abrindo. Podemos usar amônia verde, hidrogênio verde, metanol verde e etanol para entrar nesse disputa fabricando navio a combustível renovável para sair na frente”, continuou.

Segundo Mercadante, executivos otimistas esperam multas de US$ 40 a US$ 100 por tonelada para quem não cumprir as exigências, enquanto os pessimistas estimam penalidade de US$ 500 por tonelada, o que será um diferencial para quem tiver uma “frota verde”.

Ele destacou, ainda, o tamanho da carteira “azul” do BNDES, que já perfaz R$ 22 bilhões em financiamentos, sendo mais da metade, R$ 13,6 bilhões voltados a embarcações e navios, sobretudo suporte ao pré-sal e estaleiros. Outra frente, a de portos e terminais, já soma R$ 6,5 bilhões em financiamentos. E o BNDES também administra o Fundo de Marinha Mercante, com créditos de R$ 1,2 bilhão.

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O que foi a indústria naval citada por Mercadante

Após os anos 70 na ditadura militar, a indústria naval brasileira passou por períodos de altos e baixos. O Plano de Emergência de Construção Naval (PECN), que visava a modernização e expansão da indústria naval no país, gerou um grande impulso no setor. Durante a ditadura militar, em 1970, o PECN gerou 18 mil empregos.

O primeiro programa de construção naval (I PCN) foi orçado em US$ 1 bilhão e envolveu a produção de cerca de 200 embarcações, enquanto o segundo programa (II PCN) esperava produzir 765 navios com investimentos previstos de US$ 3,3 bilhões.

No entanto, a indústria naval brasileira passou por períodos de dois anos de grande desenvolvimento e prosperidade, intercalados por longos anos de decadência e estagnação.

A partir do início da década de 70, houve um desaquecimento da indústria, em meados dos anos 80, culminando com o declínio deste setor durante a década de 1990.

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