O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que avalia acabar com os cursos de licenciatura 100% à distância no Brasil. Um grupo técnico foi constituído no MEC para discutir os impactos desta medida.
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A ideia do Ministério é não permitir mais cursos 100% EAD e vamos definir se vai ser 50%, se vai ser 30% [do limite para aulas da formação on line]”, disse nesta terça-feira, 5.
A declaração foi dada durante a apresentação dos resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2022. Os dados do Pisa tratam de alunos até os 15 anos o que nada tem com os cursos superiores de graduação.
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Um dos desafios do grupo é definir um percentual máximo para atividades virtuais. O ministro, no entanto, não disse quais formações poderiam se afetadas com a medida. O custo do ensino presencial e semi-presencial é bem superior ao EAD.
Educação EAD no Brasil é a mais procurada
A modalidade de ensino a distância (EaD) avança de forma acelerada no país. A constatação é do Censo da Educação Superior de 2021, cujos dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e pelo Ministério da Educação (MEC). Segundo o levantamento, em 10 anos houve o crescimento de 474% no oferecimento de cursos por meio desse formato de aprendizado. Grande parte dos estudantes que optam pelo EaD está na rede privada, na qual, entre 2018 e 2021, houve um salto de 24,3% para 41,4%.
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Seis de cada 10 ingressantes do ensino superior em 2021 entraram em cursos a distância. Já o número de calouros em graduações presenciais caiu 28% ante 2019, último ano pré-pandemia. De um lado, o ensino a distância permite expansão mais rápida e barata, além de ser mais viável para alunos que trabalham. Mas, por outro, especialistas apontam dificuldades de monitoramento e perda de qualidade na formação inicial dos profissionais, sobretudo em áreas estratégicas, como a docência.
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Do total de 3.452.756 estudantes matriculados nas universidades particulares, 70,5% estão em EaD e em polos espalhados por 2.968 municípios em 2021 “É uma tendência inexorável, que se consolidou como modalidade de ensino e que está prevalecendo na expansão da educação superior no Brasil”, observou o presidente do Inep, Carlos Eduardo Moreno Sampaio.
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