O ministro Alexandre de Moraes (foto), do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que os manifestantes mais exaltados do 8 de janeiro, com as sedes dos três poderes vazias e ninguém trabalhando devido ao recesso de ano novo, defendiam que ele fosse “preso e enforcado na Praça dos Três Poderes”, conforme entrevista publicada pelo jornal O Globo nesta quinta-feira, 4.
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“Eram três planos. O primeiro previa que as Forças Especiais (do Exército) me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. Aí, não seria propriamente uma prisão, mas um homicídio. E o terceiro, de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes. Para sentir o nível de agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição”, disse Moraes.
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O magistrado afirmou não ter ampliado sua segurança pessoal porque os autores das ameaças são “extremamente corajosos virtualmente e muito covardes pessoalmente”.
“Então, chegam muitas ameaças, principalmente contra minhas filhas, porque até nisso eles são misóginos. Preferem ameaçar as meninas e sempre com mensagens de cunho sexual. É um povo doente”, acrescentou.
Sobre as investigações, Moraes disse que elas apontam que os discursos nos quartéis onde os manifestantes estavam acampados já indicavam o que estava por vir em Brasília e criticou as autoridades do governo Bolsonaro por terem permitido os acampamentos.
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“Nas investigações e nos interrogatórios de vários desses golpistas, temos que os discursos nos quartéis onde estavam acampados diziam que deveriam vir para Brasília. De vários financiadores, (a ordem era que) deveriam vir, invadir o Congresso e ficar até que houvesse uma GLO para que o Exército fosse retirá-los. E, então, eles tentariam convencer o Exército a aderir ao golpe. O que mostra o acerto em não se decretar a GLO, porque isso poderia gerar uma confusão maior, e sim a intervenção federal. Não que o Exército fosse aderir, pois em nenhum momento a instituição flertou (com a ideia). Em que pese alguns dos seus integrantes terem atuado, e todos eles estão sendo investigados”, afirmou o ministro do STF.
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“Foi um erro muito grande das autoridades deixar, durante o ano passado, aquelas pessoas permanecerem na frente dos quartéis. Isso é crime e agora não há mais dúvida disso. O Supremo Tribunal Federal recebeu mais de 1.200 denúncias contra quem estava acampado pedindo golpe militar, tortura e perseguição de adversários políticos. No dia do segundo turno, também tivemos um problema grave com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), objeto de inquérito, que inclusive gerou a prisão do ex-diretor (Silvinei Vasques). Houve a greve dos caminhões tentando parar o país. A violência estava numa crescente. No dia da diplomação, 12 de dezembro de 2022, houve prisões após a (tentativa de) invasão da Polícia Federal. Como na posse não houve nada, infelizmente as pessoas da área de segurança talvez tenham ficado mais otimistas. O grande erro doloso foi permitir a entrada (dos golpistas) na Esplanada dos Ministérios. O 8 de janeiro foi o ápice do movimento: a tentativa final de se reverter o resultado legítimo das urnas”, acrescentou.
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Governo Lula não toma providências sobre acampamentos após assumir o poder
Moraes em nenhum momento comentou ou questionou porque o governo Lula ao assumir em 01 de janeiro de 2023, já não tomou medidas para imediatamente acabar com os acampamentos e não permitir que o evento de 08 de janeiro sabido por todos ocorresse. Porque não proibido a entrada dos ônibus em Brasília na data visto que os órgãos oficiais estavam todos avisados.
Moraes também não explicou quem assinaria a suposta GLO mencionada, visto que em 2023 o presidente Lula já comandava o Brasil. Porém, em 08 de janeiro após os atos em Brasília Lula apareceu com uma GLO assinada em Araraquara cidade onde estava, mas não desencadeou em nenhuma prisão de autoridades no poder, apenas aquelas que já haviam entregue o poder em 2022.
Lula mesmo antes de assumir no final de 2022 já criticava os acampamentos, seu ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino também o fazia, mas não tomaram providências para acabar com os acampamentos e impedir os ônibus em Brasília e as manifestações que culminaram em quebradeira.
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